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Teatro e Dança

Otavio Augusto traz a Brasília a peça A Tropa

Comédia dramática discute diferentes pontos de vista sobre o Brasil, com grande elenco, em curta temporada neste fim de semana no Teatro UNIP

Redação Jornal de Brasília

26/04/2024 13h23

Atores Daniel Marano, Alexandre Menezes, Otavio Augusto, Alexandre Galindo e André Rosa, em A tropa. Créditos: Philip Lavra e Isadora Relvas.

Atores Daniel Marano, Alexandre Menezes, Otavio Augusto, Alexandre Galindo e André Rosa, em A tropa. Créditos: Philip Lavra e Isadora Relvas.

Em cartaz há sete anos com o espetáculo, que já rodou o Brasil e coleciona prêmios, o ator Otavio Augusto chega a Brasília com o espetáculo A Tropa, em curta temporada no Teatro UNIP (913 Sul), nestes sábado (27/4) e domingo (28/4). Na peça, um pai hospitalizado recebe a visita de seus quatros filhos. O que seria apenas um encontro familiar se revela um acerto de contas, permeado de humor e revelações, tendo como pano de fundo os últimos 50 anos de história brasileira.

Ao lado de Otavio Augusto, estão no elenco Alexandre Menezes, Daniel Marano, Alexandre Galindo e André Rosa, sob direção de César Augusto, para texto de Gustavo Pinheiro, vencedor de concurso de dramaturgia promovido pelo Banco do Brasil em 2015.

Os filhos são distintos entre si: um dentista militar aposentado, que vive com o pai; um jovem usuário de drogas, com passagens por clínicas de reabilitação; um empresário casado, pai de duas filhas que trabalha numa empreiteira investigada por corrupção; e um jornalista, que acaba de pedir demissão e em crise com a profissão.

A Tropa. Crédito: Jonatas Marques.
A Tropa. Crédito: Jonatas Marques.

Em cena, os cinco vivenciam enfermidades ideológicas, sociais, afetivas e familiares, que retratam a sociedade brasileira contemporânea. Os embates e descobertas enfrentados servem para discutir as diferenças e tolerância –– temas cada vez mais pertinentes.

A Tropa faz uma leitura perspicaz, sensível, ácida e bem-humorada da sociedade brasileira. “Estreamos no governo Dilma, atravessamos os governos Temer e Bolsonaro e, agora, estamos de volta a um governo de esquerda, com Lula. Não mexemos em uma vírgula do texto e ele se mantém atual. É interessante e perturbador ao mesmo tempo”, afirma Otavio.

Os 60 anos de trajetória de Otavio Augusto

Otávio Augusto, em A tropa. Créditos: Philip Lavra e Isadora Relvas
Otavio Augusto, em A tropa. Créditos: Philip Lavra e Isadora Relvas

“A Tropa” marca os 60 anos de carreira de Otavio Augusto, no qual interpreta um militar da reserva viúvo e autoritário que, no leito de hospital, vê as relações veladas da família serem descortinadas.

“Tenho três famílias teatrais fundamentais: a primeira foi no começo da minha carreira, no Teatro Oficina, ao lado de Zé Celso, Renato Borghi, Othon Bastos, fazendo espetáculos fantásticos, como “Pequenos Burgueses” (1963), “O Rei da Vela” (1967), e “Galileu Galilei” (1968). O segundo grande encontro teatral da minha vida foi com Fernanda [Montenegro] e Fernando [Torres], meus queridos amigos e parceiros de cena em grandes sucessos como “O Interrogatório” (1972), “O Amante de Madame Vidal” (1973) e “Suburbano Coração” (1989). E o terceiro encontro vivo desde 2016, com essa verdadeira família afetiva que se formou em torno de “A Tropa”. Sou muito feliz fazendo esse espetáculo com esses companheiros”, afirma o ator, agraciado, em junho deste ano, com o Prêmio APTR pelo conjunto da sua carreira teatral. Em sua carreira, Otavio coleciona importantes prêmios como Kikito, Prêmio Shell e nada menos do que cinco Prêmios APCA.

Otavio Augusto e Alexandre Menezes, em A tropa. Créditos: Philip Lavra e Isadora Relvas
Otavio Augusto e Alexandre Menezes, em A tropa. Créditos: Philip Lavra e Isadora Relvas

Zé Celso reconheceu o talento e a sensibilidade do ator muito antes de sua estreia nas peças do Teatro Oficina. “Num dia, apareceu na minha frente um sujeito que atuava com espontaneidade, humor, emoção. Um ator feito, que nasceu com a vocação. Era Otavio Augusto”, escreveu o dramaturgo na orelha do livro da peça, publicado em 2018 pela Editora Cobogó. “É um ator verdadeiro, completo: é trágico, cômico, tesudo, antropofágico, e faz parte de uma linhagem rara de atuação brasileira”, complementou.

Otavio Augusto também marcou gerações com personagens inesquecíveis na televisão, nos sucessos “Vamp” (1991), “Tieta” (1989) e “Avenida Brasil” (2012), e no cinema, com os filmes “Central do Brasil” (1998), “Boleiros” (1998), “Mar de Rosas” (1977) e no mais recente “Eduardo e Mônica”.


A Tropa
Espetáculo teatral, com Otavio Augusto, Alexandre Menezes, Daniel Marano, Alexandre Galindo e André Rosa, sob direção de César Augusto. Dias 27/4 (sábado), às 20h, e 28/4 (domingo), às 19h30, no Teatro UNIP (913 Sul). Não será permitida a entrada após o início do espetáculo. Ingressos à venda pelo Sympla e na Belini (113 Sul), sem taxas. Classificação indicativa: não recomendado para menores de 14 anos.

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