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Comer Rezando
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Kinjo reabre com todo seu potencial

Em sua nova fase no Lago Sul, restaurante aposta em ambiente mais amplo, projeto arquitetônico distinto e bom custo-benefício.

Max Cajé

12/04/2024 11h05

Crédito: Vuala Design.

Quando o Kinjo abriu suas portas no CasaPark, já era evidente seu potencial para se tornar um selo oriental de peso na cena gastronômica da cidade. Contudo, a limitação do ambiente, localizado dentro do shopping, e o cardápio enxuto ditavam até onde a casa conseguia se firmar.

Agora, assumindo o espaço do saudoso Sagrado Mar, ao lado da cozinha mais famosa de Marco Espinoza, o Taypá, na QI 17 do Lago Sul (Fashion Park), o restaurante Nikkei entra numa nova fase de exploração dos paladares e memórias dos brasilienses.

A proposta, como o próprio nome sugere, é fundir os sabores e técnicas japonesas para reinventar os pratos peruanos. Ou, como eu gosto de falar, é a união do melhor de dois mundos.

Com a vantagem de um localização privilegiada e espaço mais amplo, o escritório responsável pelo projeto de arquitetura conseguiu capturar muito bem a atmosfera de uma metrópole nipônica assim que se atravessa a porta. Essa ideia de imersão do cliente é a mesma usada por eles no Cantón, este um conceito de cozinha chifa e tema da coluna anterior.

Novo Kinjo - Lago Sul. Crédito: Vuala Design.
Novo Kinjo, no Lago Sul. Crédito: Vuala Design.

Particularmente, quando se trata de escolher um local para comer em Brasília, prefiro ambientes abertos, como varandas ou jardins, ou espaços com uma decoração distintiva, como é o caso aqui. Então, mais uma vez, ponto pra eles.

Quanto à comida comida, é quase redundante elogiar as criações de Marco e sua equipe. Mesmo com a expansão para outros estados, suas casas em Brasília nunca perderam a qualidade na execução das receitas.

Com o Kinjo, isso não é diferente. Na verdade, parece que deram um passo a diante em direção à autêntica cozinha Nikkei em comparação ao que já era oferecido na cidade, sem medo de experimentar especiarias e temperos.

O Gyosa Buta (porco e shiitake confitados, ao molho cremoso apimentado); o Kazan Shrimp (camarões crocantes com molho cremoso spicy); e o Bao Kinjo (pão no vapor com barriga de porco, picles de vegetais e alioli de sriracha) dão a pegada punch que a proposta pede sem exagerar ou entrar no território do “exótico” demais ao ponto de: “você consegue comer?”.

Kazan Shrimp. Crédito: Vuala Design.

Já o Ceviche Kunsei (atum na brasa, cebolinha, nori crocante e molho ponzu) é a pedida certa para fugir dos mais cítricos e picantes, e vale como uma boa entrada ou refeição. Em tempo, sou do time atum e acredito que, em geral, os brasilienses subestimam essa variedade em favor do salmão, que raramente é de boa qualidade por aqui e, ainda, costuma ter preços pouco atrativos.

Falando em preço, o Kinjo também traz novidade com um rodízio Nikkei, o único do gênero na cidade, com valores bastante convidativos: R$ 105 no almoço, de segunda a sexta (das 12h às 16h), exceto feriados; e R$ 135, no almoço de sábado, domingo e feriados (das 12h às 17h), e no jantar de segunda a sábado e feriados (das 19h às 23h).

Rodízio - Kinjo. Crédito: Vuala Design.
Crédito: Vuala Design.

O rodízio inclui entradas como Gyosa Buta e Kazan Shrimp, citadas acima, Karaague Chicken (frango frito ao estilo japonês, com molhos da casa); além de trios de sashimis, duplas de nigiri, minicombos de sushi rolls, ceviches e pratos quentes como yakissoba (macarrão japonês com mix de legumes salteados) e yakimeshi (arroz japonês frito com vegetais e temperos orientais), onde o cliente pode escolher a proteína.

Essa, talvez, seja a jogada de mestre da casa nessa nova fase. Quase não existem rodízios nessa faixa de preço na concorrência com uma entrega de qualidade quanto a do nível do Kinjo. Com exceção do Haná, que é exclusivamente nipônico e com bom custo-benefício, a maioria dos outros lugares oferece apenas variações de sushi e algumas frituras por cerca de R$ 100.

Com esse rodízio, que serve como uma excelente introdução ao que o cardápio completo tem a oferecer, o Kinjo tende a fisgar o cliente que ainda está descobrindo a culinária Nikkei e garantir sua fidelidade para experimentar os pratos à la carte. Minha aposta e torcida são para o seu sucesso.

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