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Brasil

Investigação de massacre em creche de SC revelou células nazistas no Rio

De acordo com o promotor Bruno Gaspar, que conduziu a investigação no Gaeco, foi no telefone do assassin que foram encontradas os primeiros indícios

FolhaPress

16/12/2021 13h16

Foto: Divulgação

Igor Mello
São Paulo, SP

A investigação sobre o massacre em uma creche em Santa Catarina revelou os primeiros indícios da existência de células neonazistas no Rio de Janeiro, que se tornaram alvo da Operação Bergon, deflagrada nesta quinta-feira (16) pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e pela Polícia Civil.

De acordo com o promotor Bruno Gaspar, que conduziu a investigação no Gaeco (Grupo de Atuação Especializado no Combate ao Crime Organizado), foi no telefone do assassino -que matou três crianças e duas funcionárias de uma creche em Saudades, no interir catarinense, a facadas- que foram encontradas os primeiros indícios dos grupos no Rio.

“Depois do atentado os responsáveis tiveram seus celulares apreendidos e eles foram analisados. A partir da análise se chegou a uma pessoa aqui do Rio que representaria uma das células neonazistas. A célula existente no Rio não conversou diretamente com o autor do atentado, havia uma pessoa interposta”, explicou o promotor.

Quatro pessoas foram presas na operação de hoje, em que também foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão. Os presos foram capturados nos municípios de Campos dos Goytacazes e Valença, no interior do Rio, além de Campinas e Suzano, em São Paulo. Outros cinco estados tiveram diligências: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, e Rio Grande do Norte.

Ainda segundo Gaspar, a Secretaria de Segurança de Santa Catarina compartilhou com as autoridades do Rio o material encontrado no telefone do autor do massacre.

PLANO DE ATAQUE NO ANO NOVO

De acordo com os investigadores, um dos presos no estado de São Paulo confessou aos policiais que pretendia realizar um ataque contra uma festa de ano novo. Com ele, os agentes encontraram bombas caseiras.

De acordo com o delegado Adriano França, titular da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima), diversas amas foram encontradas durante as diligências. “Apreendemos com os alvos soco inglês, porrete, facões. Um dos alvos confessou aos policiais no momento da prisão que usaria essa bomba em uma festa de fim de ano. Ou seja, poderia ocorrer uma tragédia”, revelou.

COLABORAÇÃO DE AUTORIDADES AMERICANAS

Os investigadores também confirmaram que autoridades americanas repassaram informações de inteligência sobre os grupos extremistas investigados no Rio.

A colaboração ocorreu por meio da HSI (Homeland Security Investigations), que também auxiliou com as autoridades catarinenses.

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