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Brasília

Suspeito de matar estudante da UnB é preso escondido em geladeira

Arquivo Geral

07/02/2018 16h58

Kléber Lima

João Paulo Mariano
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Depois de exatos dois meses do latrocínio do doutorando da Universidade de Brasília (UnB), Arlon Fernando da Silva, 26, a Polícia Civil prendeu o foragido Daniel de Sousa de Andrade, 22, que, apesar de identificado, estava foragido desde o dia do crime. Ele foi detido, na tarde desta quarta-feira (7), escondido em uma geladeira na casa de seu pai, no Itapoã.

Apesar de Daniel permanecer em silêncio, a polícia não tem dúvidas de que ele seja culpado. Segundo o delegado chefe da 5ª Delegacia de Polícia, Rogério Oliveira, as testemunhas e as mais de 20h de imagens de circuito interno da região central asseguram a participação dele no crime, cometido no dia 7 de dezembro do ano passado.

Com ajuda de denúncias anônimas feitas pela população por meio do disque-denúncia (197), a Polícia Civil conseguiu apurar o comportamento do acusado, que ficava um tempo no Paranoá, depois ia para o Itapoã e, por fim, Asa Norte. Após uma dessas ligações, a polícia recebeu a informação de que ele estaria no Itapoã.

Ao entrar na casa do pai do jovem, que, de acordo com a corporação, acobertou o rapaz durante todo este tempo, percebeu que havia algo errado na geladeira. Ao conferir, o rapaz estava lá dentro, mesmo com o aparelho ligado. A desconfiança veio após os agentes notarem que as prateleiras estavam para fora, apesar da geladeira estar em funcionamento.

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Crimes

Esta não é a primeira prisão do suspeito. Em 2016, ele tentou roubar a bicicleta de um integrante do exército. A vítima recebeu uma paulada, mas conseguiu revidar e atirou no pé de Daniel. Dessa vez, ele foi preso em flagrante, mas ficou encarcerado apenas por dois meses, pois logo recebeu o direito de cumprir pena domiciliar.

O caso ocorreu no mesmo local do crime de Arlon – entre o Museu do Índio e a ciclovia da CLDF. O delegado Rogério Oliveira explica que essa é a área de atuação de Daniel e que o objetivo é sempre levar a bicicleta da vítima. Ao todo, foram quatro ocorrências, contando com a de Arlon: um latrocínio tentado e outro consumado; e um roubo tentado e outro realizado. Ele deve pagar por todas as situações e pegar mais de 30 anos de prisão.

A primeira, em 2015, onde um servidor do TJDFT foi ameaçado com uma faca e teve a bicicleta roubada. Em 2016, foi a tentativa contra o integrante do exército. Em 14 de setembro do ano passado, Daniel desferiu uma facada em um fisioterapeuta, também do TJDFT. Ocorreu a abordagem, o homem entregou a bicicleta, mas mesmo assim levou uma facada nas costas, que perfurou o pulmão. Foram três dias de UTI e mais um tempo de internação.

Os dois funcionários do TJDFT foram até a delegacia e o reconheceram por meio de imagens. Além disso, uma ex-namorada dele depôs e deixou claro que Daniel tinha envolvimento no caso de Arlon e que era um “viciado” em bicicletas. O único trabalho que ele fazia era como garoto de programa na área central.

Suspeitas

O homem era suspeito desde o dia que a Polícia Civil puxou sua ficha criminal e percebeu que ele tinha roubado uma bicicleta na região do Museu do Índio. A certeza veio depois da descoberta do paradeiro da bicicleta, com Luiz Carlos dos Santos Ramos, 22, que é amigo de Daniel e afirmou ter comprado o equipamento por R$ 500, no Itapoã, com o acusado. Ele continua preso por receptação já que, segundo a PCDF, ele sabia a origem irregular do material.

Vida acadêmica

Arlon fazia doutorado em Física pela UnB, onde estudava desde o mestrado. O rapaz foi enterrado em Rio Branco do Sul, cidade da região Metropolitana de Curitiba/PR, dias depois de sua morte. À época, o seu orientador na UnB, Jorlândio Félix, afirmou ao Jornal de Brasília que o estudante era muito dedicado, ajudava muito os colegas e que faria falta.

Segundo o laudo do IML, que o Jornal de Brasília teve acesso, Arlon morreu devido a uma “hemorragia aguda maciça”. Como ele foi pego de surpresa, houve um corte de 6cm no braço e um profundo no tórax, logo abaixo da axila, que atingiu órgãos vitais e fez com que ele morresse pouco tempo depois. Arlon chegou a ser socorrido, levado para o Hospital de Base, mas não resistiu aos ferimentos.

Arlon Fernando da Silva, foi esfaqueado enquanto voltava para casa. Foto: Reprodução

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