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Brasília

O adeus a Patrícia Rufino, vítima de feminicídio pelo companheiro que usou uma pia para matá-la

A vítima de feminicídio foi assassinada diante dos filhos por Cleiton Costa, companheiro que conviveu por 18 anos

Redação Jornal de Brasília

19/09/2022 18h34

Foto: Marcos Nailton / Jornal de Brasília

Marcos Nailton
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O corpo de Patrícia Rufino, de 40 anos, foi velado na manhã desta segunda-feira (19) no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, em Brasília. A brigadista foi morta brutalmente pelo companheiro, Cleiton Rogério Pereira Costa, de 46 anos, que usou uma pia de cozinha para dar golpes na mulher. O crime ocorreu no último sábado (17) no Itapoã.

Familiares e amigos se reuniram no Templo Ecumênico II para prestar uma última homenagem a Patrícia, eles estavam vestidos de camiseta branca com a foto de Patrícia estampada. Os conhecidos cantaram louvores e oraram pela mulher em um momento de muita dor e sofrimento.

O irmão mais velho dela, Arthur Silva Pinto, conta que a irmã era uma pessoa maravilhosa e sonhava em dar um futuro melhor para os filhos. “A Patrícia era um doce de pessoa. Ela era uma pessoa muito carinhosa, muito querida pela família e pelos amigos. Era uma pessoa tranquila e muito pacificadora, calma e quieta, […] Uma guerreira”, disse. Ao todo, Patrícia era irmã de mais outros seis irmãos, sendo dois homens e quatro mulheres.

Arthur disse que a família busca atendimento psicológico para os filhos do casal. As duas meninas, de 9 e 11 anos, presenciaram o momento do crime. “A gente está focado já para ir atrás de o que pode fazer de orientação psicológica para as crianças, a nossa preocupação são as meninas, os dois mais velhos também, mas eles conseguem segurar mais tranquilos.”, destaca o irmão.

Ele também alega que a irmã estava em um bom momento de estabilidade financeira, e que lutou durante todos os anos para dar uma condição de vida melhor aos filhos. “Ela era brigadista, estava crescendo na vida, com um trabalho muito bom, com uma remuneração boa. Lutou para ter um cantinho porque morou muitos anos de aluguel e conseguiu dar para os filhos aquilo que ela infelizmente não teve a oportunidade de ter”, afirma Arthur Silva.

O casal conviveu junto por cerca de 18 anos e tinham quatro filhos, duas meninas de 9 e 11 anos, e outros dois meninos de 17 e 19 anos. Patrícia também era mãe de um jovem de 22 anos. O irmão conta que há cerca de quatro anos, em 2018, Patrícia decidiu se separar de Cleiton devido a desavenças no relacionamento. Entretanto, há cerca de uma semana, eles voltaram a conviver pois ela ainda tinha forte sentimento por ele.

“Ela tinha exemplo dentro de casa né, tinha a minha mãe que já passou por isso, por várias agressões. Ela já teve medida protetiva contra ele. Já fez algumas denúncias e tudo, mas tinha uma dependência emocional por ele”, disse o irmão.

Prisão preventiva

O agressor, Cleiton Rogério Pereira Costa, teve a prisão convertida em preventiva pela juíza Bianca Pieratti após audiência de custódia nesta segunda-feira (19). Ele vai responder por feminicídio, com pena prevista de 12 a 30 anos de prisão.

Segundo a magistrada, “é um crime concretamente grave e há notícia que filhos do casal viram a cena. Uma gravidade concreta. É caso de converter a prisão em flagrante em preventiva”, afirmou.

O crime

Patrícia foi morta dentro de casa, na QL 7 do Itapoã. O companheiro matou ela a golpes na frente das duas filhas. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o autor atacou a vítima utilizando uma pia para golpeá-la na cabeça. O delegado chefe da 6ª DP do Paranoá, Ricardo Viana, afirmou que o casal já tinha um histórico de desentendimentos e agressões.

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