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Brasília

Dia do Café: Cerrado tem condições propícias para cultivo do produto

As primeiras lavouras de café surgiram na região sudeste e se expandiram conforme a demanda de produção

Redação Jornal de Brasília

24/05/2021 17h40

Foto: Agência Brasil

Lorena Rodrigues e Maria Eduarda Cardoso / Agência UniCEUB

Aquele cheirinho vem de longe. Cada vez que tomamos uma xícara de café repetimos uma tradição nacional que passou de geração para geração. Segundo Adriano Veiga, pesquisador especialista em cultivo de café da Embrapa Cerrados, o Brasil é o principal produtor e exportador de café e o consumo da bebida aumenta cada vez mais. O que nem todo mundo sabe é que o bioma Cerrado é propício para a produção do fruto.

Nesta segunda (24 de maio), é Dia Nacional do Café e celebra o período de colheita de um dos principais produtos para exportação brasileiro. As primeiras lavouras de café surgiram na região sudeste e se expandiram conforme a demanda de produção. A partir de então, o Planalto Central não ficou de fora da produção cafeeira.

Clima adequado

Por apresentar clima predominantemente seco durante o inverno, tornou-se favorável ao período de maturação do fruto, que exige uma baixa umidade para garantir sua qualidade, explica Carlos Alberto Leite Coutinho, do Café Minelis. O produto é cultivado nas fazendas Canaã e Novo Horizonte no Distrito Federal.  Ele explica que a região, de clima tropical de altitude, apresenta as condições para a produção de cafés especiais.

O pesquisador Adriano Veiga ratifica que a altitude, geralmente acima de 1 mil metros do nível do mar, colabora para a produção, uma vez que significa maior exposição ao sol durante o dia e temperatura mais amena durante a noite, o que resulta em uma fotossíntese mais eficaz para o crescimento da planta.

Carlos e Laíze Coutinho,na fazenda Novo Horizonte, são reconhecidos pela inovação na produção do café. Foto: Divulgação

Café com gosto de sucesso 

A junção das duas características favoreceu a produção de cafés especiais, bebidas e grãos do café – especialmente da espécie Café arábica – de qualidade superior, principal produto vendido por Carlos Coutinho em parceria com seus filhos na empresa Café Minelis.

O produtor conta que começou sua produção na região Lago Oeste, em Brasília, de maneira despretensiosa a partir da doação de algumas mudas de café que recebeu. Com o aumento da demanda e desdobramentos de sua propriedade, aponta que precisou investir no maquinário e na estrutura, o que foi um ponto negativo para ele, já que em outras regiões poderia terceirizar os serviços de maneira mais econômica.

Entretanto, ele explica que por se tratar de uma região plana, o uso de máquinas é viável e mais barato em relação à colheita manual.

Cerrado: 40% da produção do café

Em uma lista dos 20 maiores países consumidores de café do mundo, publicada pela Cooperativa dos cafeicultores de Campos Gerais e Campo do Meio, o Brasil aparece em décima quarta posição, consumindo 5,8 kg per capita durante o ano.

Em termos de produção, o Cerrado tem chamado atenção por sua capacidade, atualmente é responsável por quase 40% da produção nacional. O Distrito Federal se destaca por ter forte investimento em irrigação, apontam dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater). Além disso, são colhidas, em média, 60 sacas do fruto em um hectare, contrapondo-se com a produção nacional que é a metade desse valor. 

Torrefação

Carlos Alberto Coutinho Filho, que é mestre de torra, afirma que seus principais compradores são empresas exportadoras. No entanto, ele passou a realizar a torrefação dos grãos a fim de aumentar o público consumidor.

Confira abaixo o vídeo que o mestre de torra, Carlos Alberto Filho, explica as etapas de produção do café

Segundo ele, o mercado de cafés especiais cresce em torno de 20% ao ano e o público tem mudado seus hábitos de consumo. Além disso, com a pandemia, Carlos Alberto alega um impacto na produção, já que o café não tem a opção de delivery. Ele  avalia que as pessoas passaram a tomar mais café dentro de casa. A apreciação do cliente tem levado os cafés especiais a um público maior.

“Dificilmente uma pessoa que se acostumou a tomar um café especial voltará a tomar o café comum da mesma maneira. Você passa de fato a apreciar o café.” aponta o produtor.

Aliás, ele revela que existe a possibilidade de, em parceria com o Sebrae, a criação de uma nova área de café aqui no Planalto Central por ter uma identidade geográfica para produção de cafés especiais.

“Acredito que Brasília vai se transformar na capital dos cafés especiais. Por vermos mais cafeterias abrindo e vendas de cafés de maior qualidade.” 

Saudável

A nutricionista Alessandra Gaspar, afirma que o café pode ser considerado um alimento saudável e seu consumo moderado não é prejudicial.

Ela explica que possui uma série de benefícios como o fortalecimento da memória, aceleramento do metabolismo e prevenção contra doenças degenerativas, como o Alzheimer e Parkinson. Apesar dos pontos positivos, a bebida é estimulante, e seu consumo em excesso pode desencadear algumas consequências como a dependência, insônia, ansiedade, taquicardia e até mesmo desconfortos intestinais.

Algumas pessoas podem ser mais sensíveis à cafeína no organismo, portanto é importante ficar atento quanto ao seu próprio metabolismo.

“O café é um alimento rico em antioxidantes e fornece alguns nutrientes prontamente disponíveis, sendo associado a um perfil saudável nos consumidores e, portanto, considerado um alimento funcional” .

Mitos e Verdades sobre o café

Informações coletadas com a nutricionista Alessandra Gaspar

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