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Política & Poder

Governo Federal envia 600 médicos à Bahia, estado sofre com enchentes

O estado sofre com a situação e, até o momento, pelo menos 661.508 pessoas foram atingidas pelas enchentes

Evellyn Luchetta

03/01/2022 9h42

Foto: Reprodução/Facebook

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, recepcionou, em evento transmitido nesta segunda-feira (3), os médicos que irão reforçar o atendimento à população nas áreas afetadas pelas fortes chuvas no estado da Bahia. O estado sofre com a situação e, até o momento, pelo menos 661.508 pessoas foram atingidas pelas enchentes. O número foi atualizado neste domingo, 2, pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec).

Deste total, 32.594 são desabrigados, 57.451 estão desalojados, 23 foram mortos e 517 feridos. A região também recebeu suporte de bombeiros de São Paulo, que foram enviados pelo governo do estado. A força-tarefa, no entanto, retornou à capital paulista neste domingo, 2.

Em discurso, Queiroga disse que é nordestino e sente a dor do estado da Bahia. “Nós, que somos do nordeste, somos acostumados a conviver com o flagelo da seca”. O ministro afirmou que existe um poema da banda O Rappa que diz: ‘Eu pedi pra chover mas chover de mansinho. Oh Meu Deus, se eu não rezei direito, a culpa é do sujeito, desse pobre que nem sabe fazer oração’. “Será que a culpa é desse pobre que não sabe nem fazer oração?”, questionou o ministro, ao citar a enchente.

Queiroga seguiu dizendo que o foco do governo nas cidades atingidas pelas chuvas é a atenção primária. “Temos que atuar fortemente para salvar essa população, nós estamos aqui com esse propósito de levar o apoio à essa população”, destacou.

O secretário de atenção primária à saúde, Rafael Câmara também estava presente e informou que a solicitação dos médicos foi feita pela secretária de estado da Bahia, Tereza Cristina, que afirmou ser a maior necessidade no momento. “Com a nossa experiência em Manaus, se houver necessidade, podemos fazer editais emergenciais e conseguir mais médicos, mas tudo de acordo com a necessidade, claro”, disse.

O secretário disse ainda que, com a chegada dos 624 médicos, provindos do programa Médicos Pelo Brasil, o estado terá 2.101 médicos enviados pelo governo federal e ressaltou que esses profissionais são pagos pelo governo federal e não pelo gestor local, o governador Rui Costa (PT). “Isso é importante para que todos vejam a importância que o governo da para o estado”, afirmou. Ele aproveitou oportunidade para responder a imprensa, afirmando que os jornais informam erroneamente que o programa Médicos Pelo Brasil teve uma queda no número de profissionais atuantes. “O programa nunca teve mais médicos do que hoje em dia, diferente do que a imprensa noticia”, alfinetou.

Apesar de anunciado em 2019, o Mais Médicos, programa anterior ao atual, só foi encerrado agora e o Médicos Pelo Brasil, substituto do programa petista, integrado totalmente no fim de 2021, três anos após a posse do presidente Jair Bolsonaro (PL), depois de passar a pandemia sem forte atuação. O primeiro edital do programa foi publicado no último dia do ano, 31 de dezembro, e prevê mais de 4.000 médicos e 600 tutores.

Cidades sofrem com a chuva

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, disse que irá junto para a Bahia na intenção de garantir os direitos humanos das mulheres e crianças. “Eu me sinto honrada de trabalhar desta forma integrada, tudo está sendo entregue”, apontou.

Até o momento, R$ 700 milhões foram enviados à Bahia pelo governo federal, além dos médicos que irão oferecer suporte. O dinheiro foi destinado através de uma medida provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro, que abre crédito extraordinário e libera o dinheiro para enfrentar as consequências das chuvas. O Ministério da Cidadania cuidará da aplicação do montante, a medida contemplará também o estado de Minas Gerais, que também sofre com chuvas fortes. O governo da Bahia calcula que R$ 2 bilhões serão necessários para reconstruir o que foi destruído pela tragédia.

João Roma, ministro da Cidadania, lamentou a situação. “Uma coisa é quando isso acontece em um município, outra é quando atinge vários como na Bahia. De fato as cenas são muito impactantes”. “As providências que nós tomamos não se escondem através de meios burocráticos e justificativas”, ressaltou. Roma disse ainda que não somente o dinheiro é importante, como os insumos e médicos. “Uma calamidade como essa têm várias fases, e a preservação da vida humana é uma delas”, afirmou.

Em sua fala, Queiroga ainda defendeu Bolsonaro. “A atenção primária era um apêndice no início do governo dele, hoje nós temos a secretaria de atenção primária, que é a priorização dele”, contou.

Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tirou férias e foi para o litoral durante a tragédia. Para os jornalistas que questionaram a viagem durante o período inoportuno, ele respondeu que foi “tirar uma folga”. Diante a situação, intensas críticas foram feitas ao mandatário durante esse período em que, enquanto famílias ficavam desabrigadas e sofriam com o ocorrido, Bolsonaro publicava vídeos e fotos em jet ski e pescando. A hashtag #BolsonaroVagabundo foi levantada nas redes sociais e chegou aos assuntos mais comentados do dia.

Em defesa do chefe do executivo, Queiroga disse que o orçamento para a saúde só aumentou. “O aporte dos recursos financeiros aumento, nós saímos de 17 bilhões na atenção primária e fomos para 24 bilhões e eu concordo que temos que ampliar ainda mais”, ressaltou.

O ministro afirmou ainda que recebeu informações e disse que o presidente está bem. “Ele está forte para liderar essa nação com ajuda dos seus ministros, que são leais”, reforçou. Bolsonaro deu entrada nesta segunda-feira, 3, no Hospital Vila Nova Star, para a realização de exames, depois de sentir um ‘desconforto abdominal’.

Depois da informação, Queiroga agradeceu a presença de todo e disse que os profissionais seguem com os ministros, em comitiva, para Ilhéus (BA) por volta das 11h desta segunda.

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