O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, o general Gonçalves Dias, admitiu, durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que o relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enviado ao Congresso Nacional sobre os atos antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro foi editado.
Segundo o general, o documento original afirmava que o “ministro do GSI” havia recebido alerta às vésperas do ataque às sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso e Palácio do Planalto, porém ele não “condizia com a verdade”.
“Eu não participei de nenhum grupo de WhatsApp, eu não sou difusor daquele compilado de mensagens. Então, aquele documento não condizia com a verdade. Esse era um documento. Ele foi acertado e enviado”, disse Gonçalves Dias.
Ainda assim, para o ex-ministro, a modificação não configura adulteração ou fraude. “Eu sempre falei no GSI […] que todo documento que passasse por lá tinha que ser a expressão da verdade”, continuou.
O relatório, também enviado ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público Militar (MPM), mostrava uma série de alertas enviados, entre os dias 2 e 8 de janeiro, sobre a possibilidade de um ato nos Três Poderes enviados em grupos ou diretamente para autoridades responsáveis pela inteligência de órgãos federais e do DF.
