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Política & Poder

TSE encerra primeiro dia de julgamento de Bolsonaro; próxima sessão será terça (27)

No encontro com embaixadores, o ex-presidente atacou o sistema eletrônico de votação, dando a entender que não era confiável

Redação Jornal de Brasília

22/06/2023 14h16

Foto: Sérgio Lima/ AFP

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) finalizou o primeiro dia do julgamento da ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e será retomado na próxima terça-feira (27). O processo pode deixar o ex-mandatário inelegível.

Bolsonaro é julgado pela convocação de um reunião com embaixadores, realizada três meses antes das eleições presidenciais, no Palácio da Alvorada. No encontro, o ex-presidente atacou o sistema eletrônico de votação, dando a entender que não era confiável.

Na terça, o relator, ministro Benedito Gonçalves, irá proferir seu voto. Se for condenado, Bolsonaro ficará inelegível por oito anos e não poderá disputar as próximas eleições.

Sessão

A maior parte da sessão foi tomada pela leitura do relatório, documento que resume todas as etapas percorridas pelo processo.

Durante duas horas, Benedito Gonçalves lembrou o andamento da ação e disse que foram analisados 682 documentos.

O ministro destacou que Bolsonaro não tinha embasamento em provas para afirmar que as urnas poderiam ser fraudadas. Além disso, segundo o relator, o ex-presidente ainda fez uso indevido da máquina pública por transmitir a reunião pela TV Brasil, emissora pública da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), e realizá-la no Palácio da Alvorada.

“Trataram-se de condutas que abalaram de forma intensa a normalidade e a legitimidade do pleito”, afirmou.

O relator disse que a divulgação de inverdades sobre a lisura dos resultados das eleições podem ter impulsionado os atos golpistas de 8 de janeiro.

Gonçalves citou outros indícios contra Bolsonaro, como a apreensão da “minuta do golpe” na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. O rascunho previa decretação de Estado de Defesa no TSE para contestar a vitória de Lula nas eleições de 2022.

“O discurso impugnado deve ser sopesado não apenas no contexto do pleito, mas também considerando os graves fatos ocorridos no período pós-eleitoral, como a cruzada antidemocrática que os apoiadores do investigado Jair Bolsonaro iniciaram após o resultado do pleito”, concluiu.

Em seguida, o PDT e o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediram a condenação de Bolsonaro e a decretação da inelegibilidade.

Defesa

Durante a sessão, a defesa de Bolsonaro defendeu a rejeição da ação contra o ex-presidente.

Durante sustentação, o advogado Tarcísio Vieira de Carvalho disse que a reunião ocorreu antes do período eleitoral, em 18 de julho, quando Bolsonaro não era candidato oficial às eleições de 2022.

O defensor também declarou que a reunião não teve viés eleitoral e foi feita como “contraponto institucional”, além de rechaçar qualquer “tentativa de golpe” devido à inclusão da “minuta do golpe” no processo.

As informações são da Agência Brasil

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