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Decreto abrirá aeroportos privados para voos comerciais regulares

Segundo o Secretário de Aviação Civil da pasta, Ronei Glanzmann, em uma primeira etapa, será permitido que aeroportos como o São Paulo Catarina, no interior de São Paulo, sejam utilizados para voos alternados, charter e fretamentos

FolhaPress

01/11/2022 7h02

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Julio Wiziack
Brasília, DF

O Ministério da Infraestrutura aguarda a assinatura de um decreto do presidente Jair Bolsonaro nos próximos dias, cujo texto libera voos comerciais regulares, como os da Gol, Latam e Azul, em aeroportos privados.


Segundo o Secretário de Aviação Civil da pasta, Ronei Glanzmann, em uma primeira etapa, será permitido que aeroportos como o São Paulo Catarina, no interior de São Paulo, sejam utilizados para voos alternados, charter e fretamentos. Hoje, aeródromos desse tipo só podem ser explorados pela aviação executiva (jatinhos).


“As companhias aéreas aguardavam essa medida porque estão muito interessadas na economia de custo que será gerada com a possibilidade de pousos em aeroportos privados vizinhos às capitais, os chamados voos alternados, quando o aeroporto de destino é fechado”, disse Glanzmann.


O Catarina, um empreendimento de luxo do grupo JHSF que recebeu recentemente o jato do bilionário Elon Musk, poderá ser usado para pousos em casos de fechamento dos aeroportos de Congonhas ou Guarulhos, em São Paulo, por condições climáticas adversas, em geral.


Outros aeroportos privados no país poderão se beneficiar da medida, como o Antares, que está sendo construído em Goiânia (GO), e o Coroa do Avião, em Recife (CE).


A medida reacendeu o apetite do grupo CCR, que pretende construir um terceiro aeroporto próximo a São Paulo, um investimento de R$ 12 bilhões, aproximadamente, segundo Glanzman.


O projeto, conhecido como Nasp, servirá como alternativa caso haja problemas para pousos e decolagens em Guarulhos e Congonhas, em São Paulo, ou até Viracopos, em Campinas, no interior do estado.
Caminhos até abertura do mercado.


No entanto, o decreto deve impor um prazo para que aeroportos totalmente privados possam receber voos regulares das companhias, fora das hipóteses de fechamento de pistas por condições climáticas e operacionais.


A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) queria que não houvesse mais barreiras para voos regulares em aeroportos particulares.


Por pressão das concessionárias dos aeroportos, o Ministério da Infraestrutura propôs um prazo de três anos para a abertura completa. A Casa Civil, no entanto, deve liberar a medida com um prazo de cinco anos.


Segundo Glanzmann, somente a abertura desses aeródromos para voos alternados já vai permitir uma economia de combustível, item que vem encarecendo as operações devido ao preço do insumo, especialmente para a capital paulista.


“Todo avião precisa sair com cerca de mil litros a mais, prevendo a possibilidade de fechamento do aeroporto de destino. Em voos para São Paulo, o combustível extra exigido precisa garantir a troca do pouso para Belo Horizonte (MG), Ribeirão Preto (SP) ou Curitiba (PR), locais comuns de alternância. Com a nova medida, ao menos dez voos poderão seguir para o Catarina, na cidade de São Roque, a cerca de 30 km de São Paulo’, disse o secretário.

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