Carolina Moraes
Brasília, DF
Tarcísio de Freitas, eleito neste domingo (30) como governador do estado de São Paulo, vai comandar 62 instituições culturais, com espaços de peso como a Pinacoteca, o Museu da Língua Portuguesa, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e o Memorial da América Latina entre eles.
O ex-ministro de Jair Bolsonaro não deu sinais do que pretende fazer com toda essa rede cultural durante a campanha, e elencou propostas vagas no seu plano de governo.
O plano para o setor, segundo indicado no documento, “se baseia numa ótica que alia cultural e desenvolvimento de forma verdadeira, deixando de lado a costumeira abordagem meramente assistencialista”.
Só na capital paulista, Tarcísio estará a frente de 19 museus de vocações distintas (veja lista completa abaixo). Estão sob o guarda-chuva do governo do estado, por exemplo, os três prédios da Pinacoteca, que terá um um novo edifício dedicado à arte contemporânea em dezembro, o Museu do Futebol, o Museu da Imagem e do Som e o Museu Afro Brasil, parte do complexo de instituições culturais que está no Parque do Ibirapuera.
A próxima gestão também vai comandar três bibliotecas e 14 Fábricas de Cultura. A única menção mais palpável do plano de governo de Tarcísio de Freitas, aliás, é ampliar a rede dessas unidades ocupando, quando possível, imóveis públicos ociosos.
As postagens públicas do próximo governador também não apontam para cultura como algo central para a gestão. Um de seus poucos comentários foi sobre o Instituto Baccarelli, programa sócio-cultural em Heliópolis, na zona sul da cidade.
Tarcísio também afirmou em seu plano de governo que alinhará a cultura às políticas públicas do governo federal, sem detalhar se isso se refere ao momento atual que a gestão de Bolsonaro seguiu nos últimos quatro anos.
A candidatura de Tarcísio foi patrocinada pelo presidente, que designou seu auxiliar na pasta da Infraestrutura para concorrer em São Paulo, apesar de o ex-ministro ter nascido no Rio de Janeiro e vivido em Brasília.
A turma do ex-Secretário Especial da Cultura Mario Frias também vê a gestão do atual governador como aliada na pauta cultural. Nomes que não conseguiram vaga no Congresso para 2023, como André Porciuncula e Felipe Carmona, tentam cargos nesta gestão desde a reta final da campanha. Isso ainda que os nomes não sejam cogitados pelo candidato do Republicanos por ora.