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Brasil

Cidades da Costa Doce, no sul do RS, se preparam para aumento da água

Nesta terça-feira (7), a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), pediu que parte da população siga para abrigos ou casas

Redação Jornal de Brasília

07/05/2024 17h45

(Photo by Florian PLAUCHEUR / AFP)

CATARINA SCORTECCI
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS)

Moradores de cidades da região sul do Rio Grande do Sul, especialmente da chamada Costa Doce, já começam a se mobilizar para a possível elevação do nível da lagoa dos Patos. O risco é que a região receba uma contribuição das águas que hoje estão concentradas na região metropolitana de Porto Alegre.

A Costa Doce, que é considerada uma das regiões turísticas do Rio Grande do Sul, inclui os municípios de Arambaré, Arroio Grande, Barra do Ribeiro, Camaquã, Canguçu, Chuí, Cristal, Dom Feliciano, Guaíba, Jaguarão, Mariana Pimentel, Morro Redondo, Pedro Osório, Pelotas, Piratini, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, São Lourenço do Sul, Sertão Santana, Tapes, Tavares e Turuçu.

Prefeituras de cidades como Pelotas e Rio Grande já adotam medidas preventivas desde a semana passada, mas agora a orientação é para que moradores em áreas de risco deixem suas casas.

Nesta terça-feira (7), a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), pediu que parte da população siga para abrigos ou casas de parentes e amigos em pontos mais altos da cidade. A região da cidade mais sensível agora fica próxima à lagoa dos Patos e ao canal São Gonçalo.

“Sem desespero, sem pânico, sem correria, deixem hoje suas casas. As coisas ainda estão sob controle. Outras regiões não tiveram esta oportunidade. Então vamos usá-la com responsabilidade e serenidade”, disse a prefeita na manhã desta terça, em uma rede social.

“Levem sua família, seus animais de estimação, o que puderem carregar de roupas. Se puderem, levantem os móveis, tirem tudo da tomada, mas não se preocupem com isso. O maior patrimônio que temos é a própria vida”, continuou ela, que também determinou a suspensão das aulas na rede municipal nesta terça.

A prefeita disse que, por enquanto, a água que desce do norte e centro do Rio Grande do Sul está “fluindo bem para o mar”, mas há uma previsão de mudança de ventos para quarta-feira (8), com ciclone extratropical no oceano.

“Isso vai mudar e intensificar os ventos, que tenderão a segurar a água da lagoa e do canal. Então a chance de um aumento de volume, de extravasamento, é maior. Somado a isso, temos previsão de chuva”, alertou a prefeita.

Assim como no restante do Rio Grande do Sul, as graves enchentes de 1941 também são uma referência em Pelotas. A previsão é que a situação de 1941 se repita agora “com um pouco mais de gravidade”, segundo a prefeita.

“Em 1941, não tínhamos o dique. Mas estamos trabalhando agora como se não tivesse, pois não sabemos como ele vai se comportar. A previsão de agora é 40 cm acima da marca de 1941”, afirmou Mascarenhas.

Na cidade de Rio Grande, equipes do Exército e da Marinha ajudam desde segunda a retirar moradores de áreas de risco, como Ilha dos Marinheiros e Torotama.

Cerca de 20 ruas já apresentam pontos de alagamento no município. Como medida de prevenção, algumas ruas tiveram o desligamento da eletricidade.

Boletim divulgado na manhã desta terça pela prefeitura mostra que também há interrupção de alguns serviços públicos, como coleta seletiva de lixo. Algumas linhas de transporte estão suspensas.

No total, 229 pessoas estão fora de casa em Rio Grande: 193 foram para casa de amigos e familiares e 36 foram acolhidas nos dois abrigos em funcionamento. Outros três locais estão sendo preparados. Animais também foram resgatados, como 47 cavalos.

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