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TV Cultura tira do ar vídeo sobre autoritarismo após crítica de Eduardo Bolsonaro

Em nota, a TV Cultura diz que tirou o vídeo do ar para fazer ajustes técnicos, mas que o material está disponível novamente

FolhaPress

12/04/2023 17h00

Foto: Divulgação

São Paulo – SP

Depois de críticas de bolsonaristas, a TV Cultura tirou do ar um documentário sobre o avanço da extrema direita no Brasil que estava disponível no perfil do YouTube da emissora.

Chamado “O Autoritarismo Está no Ar – 3 Anos Depois”, o documentário tem roteiro e apresentação do jornalista Rodrigo Piscitelli e foi exibido originalmente em 2020. O conteúdo foi atualizado depois dos ataques golpistas do dia 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram a sede dos Três Poderes, em Brasília, para contestar o resultado das eleições.

Em nota, a TV Cultura diz que tirou o vídeo do ar para fazer ajustes técnicos, mas que o material está disponível novamente. A empresa não detalhou, porém, quais ajustes foram esses.

Por meio de entrevistas, o documentário analisa qual foi a responsabilidade de Bolsonaro nos ataques de janeiro. “Ele jamais foi ou pretendeu ser chefe de Estado, porque isso implica encarnar a representação do conjunto do país. Não se deixar encapsular na Presidência, que estabelece certas restrições ao exercício do poder, foi um ato deliberado”, afirma o cientista político Sérgio Fausto, um dos entrevistados do documentário.

O vídeo foi apagado depois que bolsonaristas usaram as redes sociais para criticar o projeto. “A TV Cultura parece estar sob influência de alguém com calça apertada ainda”, escreveu o deputado federal Eduardo Bolsonaro, em possível referência ao ex-governador paulista João Doria.

“Discurso ideológico e uso da máquina estatal em favor da política. Um documentário sobre justiça, separando o joio do trigo, e mostrando as inéditas mais de mil prisões até de senhorinhas acampadas seria melhor.”

Ex-secretário especial da cultura do governo Bolsonaro, o deputado Mario Frias também usou as redes sociais para criticar o documentário.

“É um absurdo que a TV Cultura, sustentada com verba do governo paulista, seja palco para todo tipo de narrativa alucinada da esquerda. Esse não é um caso isolado, está virando uma regra da gestão cultural paulista.”

A TV Cultura pertence à Fundação Padre Anchieta, que foi instituída pelo governo de São Paulo em 1969. A instituição é mantida com verbas públicas e recursos próprios obtidos por meio da iniciativa privada. Uma das metas da fundação é veicular informações de interesse público à população.

A Secretaria da Cultura e Economia Criativa de São Paulo disse em nota que a gestão de conteúdo dos canais compete exclusivamente à TV Cultura.

Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativa do estado, Marilia Marton é considerada uma gestora de perfil moderado. A indicação dela cresceu com o apoio de gestores da área, que a veem como alguém que tem bom trânsito político e que entende de gestão pública.

Marton disputou o cargo com nomes considerados mais radicais -caso de Hélio Ferraz, ex-secretário de Cultura de Jair Bolsonaro, e Felipe Carmona, ex-secretário da área de direitos autorais do governo federal.

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