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Literatura

Livro homenageia teatro nacional através de contos inéditos e adaptados

“A Criança que matou a sede na lágrima do Anjo”, de Antônio Benedito Nicodemo, reúne mais de 10 histórias autorais sobre as festas, ritos e cultura brasileira

Redação Jornal de Brasília

21/12/2023 19h12

Foto: Aline Lobo/Divulgação

Nascido em dia de santo e na era do carnaval, Antônio Benedito Nicodemo começou sua trajetória no teatro há mais de 20 anos. De lá pra, foram diversas obras autorais encenadas, se debruçando na investigação e produção de um realismo fantástico, onde a memória, os ritos, e a cultura brasileira se tornaram matéria prima de suas criações. Por isso, para homenagear este espaço que lhe deu tudo, ele escreveu “A Criança que matou a sede na lágrima do Anjo”, que faz um compilado dessas e outras estórias recém-lançadas.

– O primeiro capítulo nasce a partir da minha experiência em Belém do Pará, durante o Círio e o Auto do Círio. Nele, há todo meu fascínio pela cidade e ritos que presenciei. Está tudo lá, claro que como uma ressignificação poética, de uma forma simbólica e carregada de todas as encruzilhadas desse Brasil mágico e rico que encontrei nas festas – explica Antônio.

O conto que dá nome ao livro – “A Criança que matou a sede na lágrima do Anjo”, virou uma encenação filmada durante a pandemia e teve sua estreia nos teatros no ano passado.

– Faz parte do processo criativo do artista partir de uma imagem que gera um conto e depois o enredo é apresentado e evoluído em uma sala de criação, junto ao elenco e a equipe. E foi isso que fizemos, ampliando a narrativa na criação de novas personagens e universos através das nossas próprias experiências e vivências. E esse modelo aconteceu em outros espetáculos, como “A Festa do Cabelo” e “Dália, Daliléia e as Sete Tias”.

O livro traz 12 histórias de sua autoria, entre inéditas e outras que receberam suas adaptações para o teatro. E tem um pouco de tudo, desde as viagens para os festejos em Belém no Círio de Nazaré, a religiosidade por traz da Festa de Yemanjá em Salvador, o clima pacato de Paraty, as charmosas vielas de Ouro Preto e a o simbolismo por trás da Vila Amélia, onde nasceu e foi criado, no extremo leste de São Paulo.

– Sou uma pessoa forjada numa memória de lutos, festas e devoção, e a obra carrega um pouco disso. Essa publicação marca para mim o encerramento de um ciclo de escritos. Nunca fui um religioso, acredito que minha devoção é para com as histórias. Alguns contos tem mais de uma década e nunca compartilhei, então chegou a vez de abarcar essas lembranças – afirma.

Além disso, ele pretende retornar aos espaços mencionados no livro, e preparou seu próximo objetivo de pesquisa: A Festa de São Jorge, que acontece no mês de abril, na cidade do Rio de Janeiro. O Santo é um dos poucos canonizados através de diferentes religiões, como a católica, evangélica e umbandista, e representa a luta contra os males e a esperança de união.

“A criança que matou a sede na lágrima do anjo” foi lançado pela editoria Urutau, e já está disponível para compra em https://editoraurutau.com/titulo/lagrima-do-anjo.

Mais informações em https://www.instagram.com/tecodeantonio/

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