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Escritor brasiliense encontra antiga diarista em periferia na BA e escreve livro sobre a vida dela; assista

A obra conta a história de Rosa, uma mulher baiana que se mudou para Brasília para trabalhar em casas como diarista

Redação Jornal de Brasília

14/09/2022 18h12

Foto: Reprodução

Nathália Maciel
(Jornal de Brasília / Agência de Notícias CEUB)

Alguém passou por sua vida e você não tem ideia de onde essa pessoa esteja? Para o escritor e jornalista Anderson Olivieri, a lembrança afetiva de uma empregada doméstica que trabalhou na casa dele na infância dele foi motivação para uma busca, uma investigação que rendeu um livro de fortes emoções.

A obra conta a história de Rosa, uma mulher baiana que no ano de 1995 se mudou para Brasília a convite da família de Anderson para trabalhar em sua casa como diarista.

Anderson que, na época, era um adolescente de 11 anos fez questão de reencontrar a velha amiga e andou pela periferia de pequenas cidades no litoral baiano para redescobrir essa personagem importante para a trajetória da família dele.

Em entrevista à Agência de Notícias Ceub, o jornalista conta o quanto Rosa tinha um jeito marcante e por isso ele e seus familiares nunca se esqueceram do jeito dela, e por um tempo mantiveram contato por telefone. “Ela era muito alegre e sempre estava com um lindo sorriso no rosto, disposta sempre a ajudar e fazer o seu melhor”.

O que chega a surpreendê-lo é quando ele descobre quantas experiências trágicas Rosa já passou ao longo de sua vida, uma trajetória que foi marcada por uma infância violenta e de pobreza extrema.

Ele explicou que a trabalhadora atuou apenas oito meses em Brasília, pois a saudade que sentia de seus filhos fez com que ela voltasse para a sua cidade natal na Bahia, essa despedida fez com que a família de Anderson sofresse bastante, deixando assim apenas as lembranças que tiveram ao lado dela.

Em 2022, 27 anos depois, Anderson decide se deslocar até Pojuca-BA, bairro onde provavelmente Rosa morava. Com várias incertezas ele não mediu esforços para encontrá-la e depois de muita procura acabou encontrando alguém que a conhecia.

Anderson descreve esse reencontro como um momento muito especial e marcante. Ele conta que depois de ficar alguns dias hospedados juntos, Rosa passou a abrir momentos de sua vida, momentos que para Anderson são bem pesados, mas conhecer a história de vida dela foi o que o impulsionou a escrever um livro sobre ela. “Eu escrevi esse livro para que outras Rosas não sofram”, diz.

Ele adianta que Rosa sofreu violência física e violência sexual, além de passar por um relacionamento abusivo. O livro não conta apenas a trajetória dela, mas também de milhares de mulheres brasileiras, que todos os dias sofrem pelas mesmas coisas.

*Entrevista: Maria Tereza Castro

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