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Brasília

Secretaria de saúde alerta baixo estoque nos bancos de leite do DF

Desde outubro, a meta mensal de litros não é alcançada e um dos hospitais mais afetados é o de Santa Maria

Mayra Dias

17/06/2022 18h05

Banco de leite

Foto: Divulgação/ Hospital Anchieta

Desde outubro, o Distrito Federal está com estoque baixo nos bancos de leite humano e não consegue alcançar a meta mensal que, até mês passado, era de 1.500 litros. Devido a isso, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal fez uma alerta para os baixos estoques, e um dos hospitais mais afetados é o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), que cuida de bebês prematuros internados.

“Até o momento não precisamos deixar de fazer nenhum atendimento. Mas se continuar desse jeito daqui a pouco vamos ter que escolher”, alerta Miriam Santos, coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF. Em fevereiro, quando 1.066 crianças precisaram do leite humano doado, foram coletados 1.188 litros. O quantitativo, porém, está abaixo da meta e representou uma queda de 2,5% frente às doações de janeiro e de 8,4% quando comparado a fevereiro de 2021.

Segundo a secretaria de saúde, além da unidade, o estoque de mais 13 bancos de leite da rede de saúde pública do DF estão chegando ao fim. De janeiro a maio, foram coletados 7.430,2 litros de leite materno, o que beneficiou 6.182 recém-nascidos por meio do programa de aleitamento. Ainda de acordo com a pasta, devido a tal situação, a meta mínima para manter os estoques de leite humano da rede estáveis foi atualizada para 2 mil litros por mês. 

Uma coisa que representa a maternidade, principalmente no seu início, é a amamentação, mas muitas mães passam por desafios nesse processo e necessitam de uma rede de apoio profissional. Como expõe a pediatra/ neonatologista e responsável técnica pelo Banco de Leite do Hospital Anchieta, Dra. Mariana Palhares Temer,  o estoque de leite humano está baixo por conta da diminuição das doações, podendo estar relacionada ao aumento das síndromes gripais no início do ano. “Em fevereiro registramos o menor estoque que já tivemos, por isso, mais do que nunca devemos sensibilizar as pessoas e reforçar a importância da doação e o impacto que esse gesto pode causar”, finaliza Mariana. 

Como salienta a coordenadora das políticas de Aleitamento Materno da SES DF, a secretaria tem trabalhado muito com relação a esse assunto. “A gente atua nas redes sociais, postamos demandas no nosso portal e contamos com a ajuda da imprensa para divulgar essa necessidade. Também estamos fazendo essa movimentação dentro das nossas unidades de saúde, conscientizando as mulheres”, menciona Miriam.

Se beneficiam com as doações, além daqueles cuja mãe não dispõe de leite, todos os bebês recém-nascidos internados nas UTIs neonatais, e isso inclui os prematuros, os que estão abaixo do peso e os que estão doentes. “No DF nós temos esse diferencial. A gente procura atender todos os bebês internados também nas unidades de cuidados intermediários. Atualmente, temos cerca de 250 crianças necessitadas desse alimento diariamente”, compartilha a coordenadora. 

Para doar

Toda mulher que estiver amamentando pode ser uma doadora. Basta ligar para o número 160 e, na opção 4, fazer o cadastro. Serão passadas as orientações de como coletar e armazenar o leite. Uma equipe do Corpo de Bombeiros irá até a residência da doadora para fazer a coleta – uma parceria que existe no Distrito Federal há 33 anos.

Como enfatiza Miriam Santos, as doações são fundamentais para crianças recém-nascidas. Uma única doadora pode ajudar um grande número de crianças e mães. As doações são encaminhadas para hospitais de toda a rede pública e podem ser armazenadas por até seis meses. Contudo, com o baixo estoque, as equipes hoje precisam ter cautela com ele. “Um estoque maior pode significar um número maior de crianças atendidas. É fundamental contar com a participação das doadoras”, esclarece a profissional.

Assim como Miriam, Mariana aproveita o momento e faz um apelo às mães que estejam amamentando, no sentido de que contribuam para aumentar os estoques do Banco de Leite Humano: “Qualquer quantidade de leite humano doado pode ajudar os bebês internados, esse gesto pode salvar a vida de várias crianças”, enfatiza a doutora. “Quanto mais leite coletamos, mais crianças alimentamos. Por isso é importante manter os níveis dos bancos de leite elevados”, conclui. 

O passo a passo é simples: 

  1. Procure tirar o leite em um lugar limpo e tranquilo da casa;
  2. Use potes de vidro com tampa plástica;
  3. Ferva os potes por 15 minutos e deixe que sequem sobre um pano limpo;
  4. Use uma touca ou um lenço na cabeça;
  5. Coloque uma máscara ou amarre uma fralda sobre o nariz e a boca;
  6. Lave as mãos e os braços até o cotovelo com bastante água e sabão;
  7. Lave as mamas apenas com água;
  8. Seque as mamas e as mãos com um pano limpo
  9. Massageie os seios com a ponta dos dedos, com movimentos circulares, e inicie a coleta diretamente no pote;
  10. Encha o pote até faltarem dois dedos para completá-lo e, caso seja necessário, recomece uma nova coleta em outro pote higienizado;
  11. Identifique o pote com seu nome e a data em que retirou o leite pela primeira vez. Para completar um pote que já está no congelador, faça a coleta em um copo de vidro e depois despeje no pote;
  12. O leite pode ficar até 10 dias no congelador ou no freezer;
  13. Para agendar a coleta, ligue no número 160, opção 4 ou faça o cadastro no site .

“Vale frisar que qualquer mulher que esteja com dificuldade de amamentação e queira amamentar o seu filho, pode procurar os bancos de leite dos postos de coleta que nós estaremos dispostas a ajudá-las nisso”, relembra Miriam. “Doar leite humano é doar gotas de amor”, finaliza a profissional. 

Onde doar

No DF há os seguintes bancos de leite:

  • BLH HRAN(Asa Norte): telefone 20171900 ramais 7102 ou 7103
  • BLH HMIB(Asa Sul): telefone 20171608
  • BLH HRS (Sobradinho): telefone 2017 1204
  • BLH HRBZ (Brazlândia): telefone (61) 20171302
  • BLH HRC (Ceilândia): telefone 2017-2000 ramal 3033
  • PCLH SS (São sebastião): telefone 20171550 ramal 6591
  • BLH HRT (Taguatinga): telefone 2017-1702
  • BLH HRG (Gama): telefone 2017 1842
  • BLH HRP (Planaltina): telefone 20171369
  • BLH HRPA (Paranoá): telefone 20171579
  • BLH HRSM (Santa Maria): telefone 40427771
  • PCLH HRSAM (Samambaia): telefone 2017-2202
  • BLH HFA(Forças Armadas): telefone (61) 3966-2250
  • BLH HUB(Universitário de Brasília): telefone (61) 2028-5391

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