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Brasília

Presidente do DER justifica velocidade de 80km/h no Eixão

Ao Jornal de Brasília, o presidente do departamento ainda afirmou que a velocidade 80km/h foi estipulada através de estudos técnicos

Redação Jornal de Brasília

06/03/2024 16h50

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Afonso Ventania e Geovanna Bispo
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Após o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ingressar com uma ação civil pública contra o Governo do DF (GDF) pedindo diminuição da velocidade máxima permitida no Eixo Rodoviário de Brasília, conhecido como Eixão, o presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), Fauzi Nacfur Júnior, defendeu a atual celeridade da via.

“O GDF já vinha realizando estudos sobre a velocidade do Eixão, onde foi detectado que a velocidade média já é de 60km/h. Então, se nós abaixássemos a velocidade regulamentada, você estaria diminuindo ainda mais a fluidez do trânsito. Por isso, nós decidimos manter a velocidade”, explica Fauzi.

Ao Bikerrepórter, Afonso Ventania, o presidente do departamento ainda afirmou que a velocidade 80km/h foi estipulada através de estudos técnicos. “Vale lembrar que a travessia dos pedestres deve ser feita através das passagens subterrâneas, que precisam estar limpas e iluminadas para poder dar a segurança para o pedestre. Por que, em qualquer situação, seja a 60 ou 80km/h, você está colocando a vida do pedestre em risco”, continua Fauzi.

MPDFT

O pedido feito pelo MPDFT ocorre após um homem ser assassinado em uma passagem subterrânea na quadra 102 da Asa Norte. O crime ocorreu na manhã dessa terça-feira (05), próximo ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Segundo informações iniciais, o homem foi vítima de uma arma branca.

Além da diminuição da velocidade, o MPDFT ainda pediu a melhoria das passagens.“Esse é uma questão que vem sendo debatida há décadas, onde muitas promessas de melhorias nesses locais já foram feitas. Mas, o certo é que, nesses locais, pessoas continuam morrendo ao tentar atravessar o Eixão, muitas vezes por medo de utilizar as passagens subterrâneas”, explica o promotor da Primeira Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística – 1 Prourb e Coordenador da Rede Urbanidade, Dênio Augusto.

Ao Jornal de Brasília, o promotor explica que o medo de utilizar as passagens se deve, principalmente, pelos crimes que costumam acontecer ali, como roubos, furtos e estupros.

Entre os pedidos feitos pelo MPDFT, está a implementação de soluções que garantam mobilidade, segurança e acessibilidade a pedestres, ciclistas e pessoas com deficiência na travessia. Ainda foi solicitada a preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília, objeto de proteção nos níveis local, federal e internacional.

Nos últimos quatro meses, houveram quatro vítimas fatais nas passagens subterrâneas. “As passagens subterrâneas perpendiculares a essas vias encontram-se em estado de total abandono, onde a degradação, a ausência/deficiência de iluminação, a imundice, a falta de acessibilidade e a insegurança obrigam as pessoas a se arriscarem entre os veículos automotores”, criticou o promotor de justiça.

Na ação, que pede melhorias de forma urgente, estão como citados também a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), o Departamento de Trânsito (Detran-DF), o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a Companhia Energética de Brasília (CEB) e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU).

Em nota, a CEB, o SLU e a Seduh informam que ainda não foram notificados do teor da Ação Civil Pública em referência.

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