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Brasília

PCDF prende três influenciadoras digitais após divulgarem cigarros eletrônicos com essência de maconha

Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão nas regiões do Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro

João Victor Rodrigues

24/04/2024 9h16

Foto: PCDF

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Coordenação de Repressão às Drogas – Cord, deu início à Operação Refil Verde, com o objetivo principal da ação é desarticular uma rede criminosa envolvida em lavagem de dinheiro, tráfico internacional de drogas e crimes contra a saúde pública.

A organização criminosa adquiria contas bancárias em nome de terceiros e utilizava empresas fantasmas e documentos falsos para ocultar suas atividades. Além disso, empregavam tecnologias como o deepface para burlar sistemas de segurança de aplicativos bancários, operando assim um complexo esquema de lavagem de dinheiro proveniente do mercado ilegal de drogas.

Os criminosos adquiriam óleo de cannabis (maconha) de fornecedores dos Estados Unidos, que ingressava no Brasil via Paraguai. A droga, em larga escala, era enviada ao Brasil acondicionada em potes de cera depilatória, sendo posteriormente manipulada em São Paulo, onde parte do grupo a envasava em refis de cigarros eletrônicos, frascos de CBD e outros recipientes.

Ademais, o grupo misturava solventes e aromatizantes ao óleo de cannabis. Por meio de websites e redes sociais, anunciavam a venda de diferentes variedades de maconha, embora na realidade os produtos fossem adulterados com solventes e aromatizantes.

A venda dos produtos era realizada por meio de websites e redes sociais, onde os criminosos se faziam passar por vendedores de remédios para diversas enfermidades. Nesses canais de comércio eletrônico, utilizavam números internacionais para o contato com os clientes, principalmente através do aplicativo WhatsApp.

Profissionais de tecnologia da informação do Rio de Janeiro eram responsáveis pelo desenvolvimento das plataformas de comércio eletrônico do grupo, contribuindo para a lavagem de dinheiro por meio da automação dos pagamentos e do uso de documentos e dados falsos em transações bancárias.

Para ampliar as vendas, contratavam influenciadores digitais de diversas regiões do país para promoverem os produtos. Três dessas influenciadoras são do Distrito Federal. Além disso, o grupo enviava drogas periodicamente para o Distrito Federal.

Parte dos insumos utilizados na produção dos cigarros eletrônicos com cannabis era importada da China e do Rio de Janeiro, personalizada com a logomarca da organização criminosa.

Aproveitando-se da falta de controle nas redes sociais, os criminosos lucraram milhões para expandir sua rede de contatos em diversos países, estabelecendo websites e redes sociais reservadas para o caso de alguma queda de recursos devido à ação policial.

Os líderes do grupo, sediados no interior do estado de São Paulo, mantinham-se distantes do contato direto com as drogas, que eram enviadas a traficantes e usuários por meio de contrato com empresa privada e postadas pelos correios.

Para assegurar o sucesso das operações ilícitas, os criminosos atuavam remotamente. “Até as mulas que postavam os produtos nos correios conduziam veículos de luxo e chama a atenção a participação ativa de mulheres, não somente atuando como colaboradoras de seus companheiros, mas exercendo também liderança nas ações criminosas”, ressalta o delegado Rogério Henrique de Oliveira, coordenador da Cord. “Além disso, o grupo, para promover a venda das drogas, tentava atingir um público maior, alegando funções terapêuticas para os produtos. Uma falsa propaganda”, completa o delegado.

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