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Brasília

Número de pacientes que usam remédio para prevenção do HIV cresce 56% no DF

Uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) teve maior alcance neste primeiro trimestre em comparação com mesmo período do ano passado

Redação Jornal de Brasília

18/04/2023 6h18

Foto: Divulgação

O número de novos usuários de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) no Distrito Federal teve crescimento nos últimos três meses em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com dados da Secretaria de Saúde do DF (SES/DF), 1.455 pessoas solicitaram o medicamento que auxilia na prevenção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, em inglês) em 2023 – cerca de 56,7% a mais que em 2022, quando 928 frascos foram dispensados para os solicitantes.

A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é uma das maneiras de evitar o contágio com o HIV e que está disponível para a população local desde 2018. O uso do medicamento é constante, diário, e deve ser feito a partir do acompanhamento de profissionais da saúde em algum dos ambulatórios disponíveis na SES/DF. A supervisão adequada é importante para que os impactos do recurso sejam medidos e as orientações sejam feitas de acordo com cada caso.

Entre os usuários, existem aqueles que já fazem uso regular do medicamento e aqueles que são recentes no tratamento preventivo. Conforme mostra o Painel PrEP, do Ministério da Saúde, a adesão de novos usuários em 2023 foi de 252 pessoas de janeiro a março.

De acordo com a Referência Técnica Distrital (RTD) deste tipo de tratamento na capital, o infectologista José David Urbaez Brito, o uso do medicamento se mostra eficaz em quase a totalidade dos casos, dependendo, para o êxito do uso do PrEP, a constância da ingestão dos comprimidos fornecidos pela SES/DF. Ele acompanha os casos dos usuários locais.

Conforme explicou, ainda é cedo para analisar um impacto detalhado do uso do tratamento sobre a população de pessoas que estejam mais vulneráveis ao contágio do HIV no DF. Porém, segundo o especialista, é possível afirmar que “a PrEP é extremamente eficaz” para quem faz uso deste tipo de prevenção.

“Sem dúvida, as pessoas que estão em acompanhamento nos ambulatórios, mesmo com todas as irregularidades [de interrupções sobretudo durante a Pandemia], ainda temos taxas de infecção que beiram a zero. A PrEP começou em 2018 e no nosso ambulatório, onde isso se oferta, não é comum que os usuários se infectem. […] Os poucos casos em que houve infecção verificada foi porque houve interrupção [do uso do medicamento em algum período]”, destacou o infectologista.

O serviço, porém, ainda precisa de ampliação, segundo José David. “Se colocássemos o acesso para mais e mais pessoas vulneráveis, teríamos consequências muito boas”, afirmou o médico. Os principais alvos dos especialistas para a conscientização do uso dos PrEPs são, segundo ele, homens que fazem sexo com homens, as populações de mulheres trans – que são as que têm maior prevalência das infecções, conforme disse –, as populações privadas de liberdade, as populações de rua, profissionais do sexo, entre outras.

“Não há a menor dúvida de que tem muito ainda a ser conquistado para trazer essa população vulnerável. Aumentar pontos de PrEP, pensar em PrEP dentro da atenção primária, que é fundamental para toda a política de assistência à saúde. Tudo isso ainda está em construção. Precisamos abrir mais serviços e, além disso, comunicar mais à população”, disse.

Dependendo da forma de uso do medicamento, os efeitos da prevenção variam para cada tipo de usuário. Apesar do mais recomendado ser o uso diário do medicamento, há ainda o esquema de uso sob demanda (subcutânea, por meio de injeção), cuja aplicação da substância deverá ser entre duas a 24 horas antes do contato sexual.

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