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Brasília

Maior atividade pode ser solução, diz especialista sobre passagens subterrâneas

“As passagens têm péssima iluminação e conservação, além de formarem becos e esquinas sem visibilidade linear”, pontua o especialista

Geovanna Bispo

08/03/2024 12h42

A pesquisa estudou se os usuários vivenciaram situações de perigo nas passagens subterrâneas | Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Na última terça-feira (05), um homem foi achado morto em uma passagem subterrânea da quadra 102 da Asa Norte. Desde então, muito tem se debatido sobre a condição e segurança dos trajetos e até a velocidade do Eixão. Para o arquiteto urbanista e professor da Universidade de Brasília (UnB), Benny Schvarberg, a solução já está traçada.

“As passagens têm péssima iluminação e conservação, são inseguras para pedestres e ciclistas, formando becos e esquinas sem visibilidade linear”, pontua o especialista.

Segundo Schvarberg, os problemas descritos podem ser resolvidos seguindo um modelo já existente. “Uma alternativa seria a instalação de um novo sistema de iluminação natural e artificial, a limpeza e manutenção diária e ronda policial permanente, especialmente noturna. Tudo isso está descrito no projeto arquitetônico aprovado em 1º lugar no concurso organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil”, explica o professor.

O concurso citado por Benny, organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), ocorreu em 2012 e tinha o objetivo melhorar as passagens subterrâneas. “No projeto aprovado, as passagens ganham atividades de comércio e serviços, muito mais visibilidade, iluminação natural e segurança para pedestres e ciclistas”, afirma o especialista.

Foto: Reprodução/IAB

MPDFT

Após o cadáver com marcas de facada ser encontrado, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ingressou com uma ação civil pública contra o Governo do Distrito Federal (GDF) pedindo melhorias nas passagens.

“Esse é uma questão que vem sendo debatida há décadas, onde muitas promessas de melhorias nesses locais já foram feitas. Mas, o certo é que, nesses locais, pessoas continuam morrendo ao tentar atravessar o Eixão, muitas vezes por medo de utilizar as passagens subterrâneas”, explica o promotor da Primeira Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística – 1 Prourb e Coordenador da Rede Urbanidade, Dênio Augusto.

Ao Jornal de Brasília, o promotor explica que o medo de utilizar as passagens se deve, principalmente, pelos crimes que costumam acontecer ali, como roubos, furtos e estupros.

Nos últimos quatro meses, houveram quatro vítimas fatais nas passagens subterrâneas. “As passagens subterrâneas perpendiculares a essas vias encontram-se em estado de total abandono, onde a degradação, a ausência/deficiência de iluminação, a imundice, a falta de acessibilidade e a insegurança obrigam as pessoas a se arriscarem entre os veículos automotores”, criticou o promotor de justiça.

Eixão

Outro pedido feito na ação foi o de reduzir a velocidade do trânsito do Eixão de 80km/h para 60km/h. De acordo com o documento, a mudança poderia diminuir o número de atropelamentos aos pedestres, além de acidentes entre os veículos.

Na visão do MPDFT, a redução poderia diminuir o número de atropelamentos aos pedestres, além de acidentes entre os automóveis. Segundo o promotor de justiça Dênio Augusto, o tempo de resposta do veículo é maior com a velocidade de 60km/h, do que seria em 80km/h.

Ainda que considere uma opção válida, Benny dá outra solução. “Diminuir a velocidade para 60 km/h melhora, mas defendo a semaforização do Eixão e reforma do canteiro central (faixa presidencial) com vegetação de grama e arbustos”, conclui o especialista.

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