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Brasília

Justiça condena homem que esquartejou e escondeu em um freezer o corpo da namorada

Em janeiro de 2020, o açougueiro esfaqueou a namorada, separou o corpo em quatro partes e escondeu os membros em um freezer

Tereza Neuberger

20/10/2022 0h16

Foto: Reprodução

O açougueiro Wanderson Cleiton Rodrigues de Almeida, de 25 anos, preso em 2020 por esquartejar e guardar em um freezer o corpo da namorada, foi a júri popular nesta quarta-feira (19), no Tribunal do Júri de Águas Lindas de Goiás. De acordo com o júri, o réu demonstrou uma “frieza e covardia fora do comum” ao esquartejar o corpo da vítima em quatro partes.

Após mais de 9 horas de julgamento, a juíza de direito Cláudia de Andrade chegou a um veredito e sentenciou Wanderson a uma pena fixada em 23 (vinte e três) anos e 6 (seis) meses de reclusão em regime fechado e multa, pelos crimes de homicídio doloso qualificado consumado e ocultação e destruição de cadáver sem direito de recorrer em liberdade. Apesar de ser réu primário e ter confessado o crime, a Justiça considerou como agravantes o motivo fútil, a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima e o meio cruel.

Wanderson Cleiton Rodrigues de Almeida, de 25 anos, foi condenado por matar esquartejar e esconder o corpo de namorada em Águas Lindas-GO. Foto: Material cedido ao Jornal de Brasília

A defesa do acusado chegou a alegar que Wanderson teria agido em legítima defesa, porém a alegação não foi acatada pelo júri que considerou a conduta do açougueiro perversa e repleta de insensibilidade moral.

Requintes de Crueldade

A vítima Ketley Estefany Silva Nascimento, que tinha 17 anos à época, foi morta com 11 estocadas pelo então namorado. Wanderson, que é açougueiro, matou a jovem com uma faca de açougueiro afiada de cerca de 30 centímetros, e esquartejou o corpo desmembrando a cabeça, o tronco, os braços e as pernas da vítima. Em seguida, o assassino guardou os membros em um freezer na própria residência, junto com outros alimentos.

Após a prisão, Wanderson confessou o crime, que teria sido motivado por ciúmes. Em depoimento à polícia, ele afirmou que não teve dificuldade para esquartejar a vítima, pois possuía conhecimento do procedimento de desossa de animais, considerando que era açougueiro. Na época do crime o açougueiro trabalhava com a venda de espetinhos e escondeu os membros de Ketley em um freezer junto com os alimentos que utilizava no comércio.

O crime

Wanderson e Ketlen se conheceram em dezembro de 2019 em uma reunião de família. A jovem estava de passagem por Águas Lindas de Goiás, no entorno do Distrito Federal. Durante a passagem trocou contato com o açougueiro, contato esse que mantiveram à distância. Um tempo depois a jovem veio de sua cidade natal, Paratinga na Bahia, para morar junto com Wanderson em uma casa do bairro Jardim Pérola da Barragem II, em Águas Lindas.

Poucos meses depois do início do relacionamento o casal se desentendeu e Ketlen foi morar com parentes na Cidade Ocidental-GO e Wanderson permaneceu na residência do bairro Jardim Pérola. Em 18 de janeiro de 2020 o casal decidiu reatar e Wanderson buscou a jovem para morar novamente com ele. Após ingerir bebida alcoólica o açougueiro afirmou à polícia que chegou em casa no dia 19 de janeiro, e viu a vítima trocando mensagens com outro homem e que “temendo pela própria vida” desferiu os golpes. O açougueiro afirmou que a vítima teria dito em outras ocasiões que o mataria enquanto ele estivesse dormindo.

Ao constatar que a companheira estava morta, Wanderson resolveu esquartejá-la e esconder seu corpo no freezer. Em seguida, o açougueiro decidiu fugir de moto para sua cidade de origem no Ceará. O pai de Wanderson soube que o filho poderia ter cometido um assassinato e denunciou à polícia. A Polícia Civil do Goiás (PCGO) foi até o local e encontrou a residência fechada e com odor fétido, razão pela qual arrombaram a porta.

Já dentro da casa os policiais encontraram muita bagunça, manchas de sangue, roupas espalhadas pelos cômodos e uma garrafa de Vodka parcialmente consumida. De acordo com os policiais, ao realizarem a busca pela casa encontraram dentro do freezer em meio a várias embalagens de carne congelada, o corpo de Ketley. As pernas e braços estavam em sacos plásticos e a cabeça no fundo do compartimento logo abaixo do tronco.

O açougueiro foi encontrado no dia 21 de janeiro em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. Durante os dias em que esteve foragido, ele passou por uma pousada em Planaltina de Goiás e, de lá, seguiu para a Bahia onde foi detido.

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