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Brasília

Espera de atendimento em UPA dura mais de 10 horas

Queda no sistema prejudicou pessoas que já aguardavam o atendimento por horas. Nenhuma lista com nomes dos pacientes foi feita manualmente

Letícia Mirelly

01/02/2023 18h40

UPA de Samambaia. Foto: Iges-DF

Nessa segunda-feira (30), pacientes relataram esperar por mais de 10 horas para serem atendidos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia, localizada na quadra 107.

A redação do Jornal de Brasília apurou que no mesmo dia, por volta das 18h20, o sistema de atendimento da UPA caiu e só voltou a funcionar quase duas horas depois, às 20h.

Durante o período, nenhum paciente foi chamado para consultar com os médicos. Mesmo o aguardo pelo atendimento durando horas, nenhuma lista com os nomes dos pacientes foi feita manualmente.

O Jornal de Brasília perguntou para a recepcionista, que preferiu não se identificar, quais providências seriam tomadas, já que não tinha previsão para o sistema voltar. “Estamos esperando orientações da técnica, nem nós sabemos o que vamos fazer”, explicou.

Mais pacientes, nenhum atendimento

Com duas horas sem sistema, mais pacientes chegaram ao local. Sem senha, todas as pessoas foram registradas manualmente e encaminhadas para a triagem.

Ao mesmo tempo, os pacientes que já haviam passado pela triagem antes da queda do sistema não foram atendidos, pois sem o sistema os profissionais da UPA não sabiam a ordem dos nomes na lista de espera.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) usa pulseiras coloridas para identificar o estado de saúde dos pacientes desde 2014. Esse sistema prioriza o atendimento pela gravidade do caso e não pela idade ou ordem de chegada.

As pulseiras têm as cores: vermelha (emergência); laranja (muito urgente); amarela (urgente); verde (pouco urgente) e azul (não urgente). 

Logo, alguns pacientes que chegaram enquanto o sistema não voltava, foram classificados na frente de quem estava aguardando o retorno do sistema.

O Jornal de Brasília apurou que devido os profissionais não terem recebido nenhuma orientação de como proceder com o atendimento enquanto o sistema estava fora do ar, as pessoas com pulseiras verdes aguardaram mais de 10 horas para se consultarem.

Problema recorrente

A paciente Celeste Rodrigues, de 40 anos, desabafou sobre o atendimento da filha, que estava passando mal com crise de ansiedade e falta de ar. “É uma demora. Ontem, a gente chegou aqui por volta de 23h da noite e saiu 4h da manhã sem o resultado dos exames. Eles alegam que o sistema está fora do ar”, lamentou.

Celeste retornou à UPA nesta quarta-feira (01) para pegar o resultado dos exames. “Chegamos aqui 13h30 e já são quase 18h da tarde e eu ainda estou esperando”, disse.

A mãe da paciente ainda falou que a demora do atendimento é um problema recorrente. “É sempre essa demora, para falar a verdade, é a primeira vez que eu venho nessa UPA e consigo atendimento. Todas as vezes que eu vinha, eu nunca conseguia e me mandavam para UPAs da Ceilândia e do Bandeirante. Isso é constrangedor para gente que precisa da saúde pública, né? É uma situação humilhante”, revelou Celeste.

Justificativa do IGESDF 

No Distrito Federal, as UPAs são geridas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IGESDF) e não pela Secretaria de Saúde. 

Em nota, o IGESDF informou que “na segunda-feira (30), houve uma queda de energia na UPA de Samambaia, por volta das 18h, o que ocasionou problemas aos equipamentos de rede da unidade, os mesmos equipamentos necessários para a estabilização do link de comunicação, que servem para prover o Sistema de Gestão Hospitalar. O tempo de reparo dos equipamentos danificados foi de aproximadamente duas horas. Em seguida, o sistema voltou a funcionar normalmente.”

Ao contrário do relatado pelos pacientes da UPA, o IGESDF esclarece ainda que adota “um protocolo de atendimento manual quando o sistema não funciona. E que todos os pacientes foram atendidos na segunda-feira (30) na UPA de Samambaia.”

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