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Brasília

Elas contam a nossa história! Conheça os significados e a importância das placas de sinalização da capital

Você sabia que as cores das placas possuem um significado especial? Pois é, a história do DF pode ser contada através das suas sinalizações

Redação Jornal de Brasília

01/03/2023 18h08

Foto: Arquivo pessoal

Gabriel de Sousa
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Quem cruza diariamente com as placas de sinalização espalhadas pelo Distrito Federal nem imagina as histórias que elas podem nos contar. Elas simbolizam mais do que as indicações que nos mostram as quadras, ruas e edificações importantes para o nosso cotidiano, revelando a identidade visual de uma cidade imponente, moderna e dinâmica.

Podemos dizer que a história de Brasília começou a partir destas placas, já que estas sinalizações foram essenciais para guiar os candangos que vieram de todas as partes do país para construir uma capital do zero, na imensidão quase intocada do Planalto Central.

Uma das primeiras placas que fincaram no nosso solo sagrado sonhado por Dom Bosco, conclamava os candangos a realizar o audacioso desafio de construir a nova sede do poder brasileiro. Em 1957, nas imediações do que hoje é 708 Sul, foi colocado uma placa com os dizeres bem-humorados “Brasília: A nova capital do Brasil. Alguns contra, muitos a favor, todos beneficiados!”.

66 anos depois, o local onde a placa apontava não é mais um cerrado intocado, se tornando uma cidade majestosa que, graças ao trabalho e empenho dos candangos que foram guiados por aquela sinalização, foi gloriosamente consolidada posteriormente. E ao longo tempo de vida da nova capital, outros sinais se tornaram fundamentais para a criação de uma identidade visual que diferencia Brasília das demais.

Uma identidade própria

Quando pensamos nas sinalizações de Brasília, logo pensamos nas placas coloridas que estão espalhadas pela cidade. As do Plano Piloto, com os números das quadras e os mapas que auxiliam o brasiliense a se locomover, possuem até mesmo um destaque internacional.

Desde o ano 2012, uma placa da Asa Sul que faz as indicações das quadras 107, 307, 108 e 308 Sul, conhecidas como as “quadras modelo”, fazem parte do acervo do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. A homenagem foi uma forma de parabenizar a modernidade e criatividade das suas indicações.

Um dos principais aspectos criativos das sinalizações são as diferentes cores, ideia que surgiu por parte dos servidores da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) que, em 1978, produziu o modelo que é seguido pelo Governo do Distrito Federal (GDF) até os dias atuais.

A cor verde é destinada para as placas direcionais, que indicam o trajeto a ser seguido até o destino desejado pelo brasiliense. O azul são as sinalizações de identificação, que informam o local onde o morador se encontra. Já as brancas são explicativas, que buscam orientar orientações de caminho para chegar a uma outra cidade. Por fim, as famosas marrons foram feitas para indicar os diversos pontos turísticos do DF.

Desde 1998, um decreto obriga que as regiões administrativas do Plano Piloto, Lago Norte, Lago Sul, Cruzeiro e Candangolândia sigam o modelo vigente da Codeplan. As demais RA’s podem utilizar padrões diferentes para as suas placas de sinalização.

Preservar é importante

Mais do que o valor artístico e moderno, as indicações visuais são essenciais para garantir o direito de ir e vir dos brasilienses. Se estas placas não existissem, os motoristas teriam dificuldades para conseguir chegar nos prédios. Além disso, é difícil imaginar como seria passar pelas tesourinhas do Eixão se não fossem as sinalizações, não é?

Porém, muitas das placas de sinalização que embelezam as vias da nossa capital já sofreram com atos de vandalismo ou estão danificadas pelo efeito do tempo. Segundo o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), Cristiano Otávio Paixão, é necessário ter um maior cuidado com as sinalizações. “Há a necessidade de preservação dos sinais, que é fundamental para a história da cidade”, afirma.

Segundo ele, é necessário que o Poder Público do Distrito Federal crie políticas de conservação das placas que, junto com os demais monumentos da capital, constituem o nosso patrimônio histórico singular. “A identidade visual dela é evidente, portanto a preservação dessas placas é relevante para a própria história da cidade”, destaca o professor da UnB.

Otávio Paixão considera que as sinalizações nos contam muito sobre a história da cidade, já que os seus modelos se relacionam com o “modelo urbanístico integrado e articulado” adotado durante a sua fase de construção na segunda metade do século XX. “Há um desenho modernista único, com uma utilização muito interessante das cores azul e verde, que compõe a identidade visual da cidade e contribui para que Brasília seja ainda mais especial”, conclui o especialista.

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