Menu
Brasília

Defesa de influencer considera prisão desproporcional

Influencers do DF promoviam e rifavam veículos no Instagram e em canais do Youtube. Veículos luxuosos eram adquiridos com os valores arrecadados

Redação Jornal de Brasília

21/03/2022 16h54

Foto: O influencer Klebim, chefe do esquema de lavagem de dinheiro, com Eduardo Best e o rapper Hungria

Tereza Neuberger
[email protected]

Vida milionária, carros de luxo, e muita ostentação nas redes sociais, foram o alvo da operação, denominada Huracán, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que prendeu o influencer e Youtuber conhecido como Klebim e busca o produtor musical Eduardo Best por esquema de lavagem de dinheiro altamente lucrativo. Os Influencers promoviam e rifavam veículos no Instagram e em canais do Youtube, e com os valores arrecadados mantinham uma vida luxuosa.

Em nota, a defesa do youtuber, considerou a prisão arbitrária, desproporcional e ilegal. “Fruto de uma pirotecnia para criar constrangimentos e fatos midiáticos. Confiamos que o poder judiciário corrigirá essa arbitrariedade revogando imediatamente essa prisão”, afirmou o advogado, José Sousa de Lima.

O influencer e Youtuber Kleber Morais, mais conhecido como Klebim, possui 1,5 milhões de seguidores no Instagram e conta com 1,27 milhões de inscritos no seu canal do Youtube redes onde exibe carros de luxo. No Instagram, Klebim exibia também carros personalizados que seriam postos a prêmio, após a promoção das rifas.

Após cair no gosto dos seguidores, os veículos eram preparados com rodas, suspensão e som especiais,e os sorteios eram anunciados na internet. Como possuíam milhares de seguidores, as rifas eram vendidas com facilidade. Os valores angariados seguiam para contas de empresas de fachada e eram utilizados para aquisição de novos veículos, que eram registrados em nome de “testas de ferro”.

De acordo com o delegado à frente do caso, Fernando Cocito, o influenciador digital teria usado o nome da própria mãe por pelo menos dois anos para efetuar a compra dos veículos. O delegado informou também que o Youtuber influenciou pessoas do país inteiro a vender rifas ilegais, ao perceberem o faturamento do influencer.

A operação foi deflagrada na manhã desta segunda-feira (21) pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF/Corpatri) da PCDF. Outros três alvos foram presos temporariamente pelos crimes de lavagem de dinheiro e exploração de jogos de azar. Dentre eles Pedro Henrique Barroso Neiva, Alex Bruno da Silva Vale e Vinícius Couto Farago, de 30 anos. Este último, foi indiciado por homicídio doloso por atropelar e matar o jovem Matheus Menezes, 25, no Guará.

Foram apreendidos nove veículos, dentre eles um Lamborghini/Huracan e uma Ferrari/458 Spider, avaliados, cada um, em R$ 3 milhões. Também foi sequestrada judicialmente a mansão do líder da associação criminosa, no Park Way, e determinado o sequestro de R$ 10 milhões das contas dos investigados.
No âmbito das investigações, apurou-se que os criminosos movimentaram R$ 20 milhões em apenas dois anos. “A rifa é uma contravenção penal. Mas é o que permite a engrenagem da lavagem de dinheiro funcionar.” destaca o delegado.

Segundo a polícia, além de lavar o dinheiro dos sorteios com a aquisição de veículos superesportivos, o digital influencer passou a emprestar dinheiro para criminosos que praticam roubos e furtos.

Além dos automóveis, uma motocicleta e um jet-ski também foram apreendidos.Todas as medidas foram deferidas pelo Juiz da Vara Criminal do Guará. A PCDF contou com o apoio da Subsecretaria da Receita do DF e da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia.

O Ministério da Economia, responsável por regrar e fiscalizar loterias e jogos de azar no País, considera rifa prática ilegal, mesmo que o dinheiro seja utilizado parcialmente para caridade, a prática é considerada clandestina e irregular.

A legislação permite sorteios e rifas com venda de cotas apenas para instituições filantrópicas e mediante autorização especial – nesse caso, os sorteios devem ser realizados necessariamente via Loteria Federal. “a exploração de bingos, loterias e sorteios é atividade ilegal e constitui contravenção penal”, além de ser um “serviço público exclusivo da União”, conforme a Pasta.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado