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Brasília

Calor e seca no DF: umidade baixa bate recorde

Confira como será o clima em Brasília nesta semana e como cuidar da saúde para amenizar os efeitos da estiagem

Elisa Costa

07/08/2023 18h54

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Distrito Federal está em alerta vermelho, devido à baixa umidade relativa do ar. O alerta foi emitido após a capital federal registrar um novo recorde, de 10% na região administrativa do Gama, no último domingo (6), por volta das 14h. Essa é a menor porcentagem alcançada desde setembro de 2019, quando o Gama registrou umidade relativa de 8%. Ontem, a menor umidade registrada foi de 15%, também no Gama. Os especialistas do instituto informam que a baixa umidade é decorrente da época seca do ano e dos efeitos do El Ninõ.

Isso porque o El Ninõ é um fenômeno natural e climático, que esquenta as águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico e que impacta diretamente as zonas tropicais do planeta, pois altera a circulação atmosférica. No Brasil, o fenômeno costuma gerar chuvas torrenciais na região Sul, enquanto o Norte e Nordeste passam por períodos severos de estiagem, que podem causar perda de colheitas, erosão do solo e morte de gados. O mês de julho de 2023, por exemplo, foi o mês mais quente no Brasil desde 1961, quando a temperatura média do país ficou acima da média histórica.

Por esse motivo, o alerta vermelho do Inmet indica que existem maiores chances de ocorrer incêndios florestais e o surgimento de condições físicas, como ressecamento da pele, dos olhos, da boca e do nariz. Conforme informa o instituto, o índice deve ficar abaixo de 12% durante o período da tarde, até esta terça-feira (8), quando a temperatura em Brasília deve ser de mínima de 17ºC e máxima de 29ºC. Na quarta-feira (9), a mínima será de 16ºC e máxima chega aos 28ºC, com umidade relativa um pouco mais alta, entre 20% e 60%.

Na quinta-feira (10), não há muita mudança. A temperatura mínima deve ficar em 15ºC e a máxima em 28ºC, com umidade relativa do ar entre 25% e 70%. Na sexta-feira (11), a capital mantém o mesmo clima, com mínima de 15ºC e máxima de 28ºC, sendo que a umidade relativa pode chegar a 80% em algumas localidades específicas. Contudo, vale ressaltar que o Distrito Federal passa atualmente pelo seu período de seca, o que deixa a sensação térmica ainda maior, junto à tendência de aumento da temperatura mínima de forma gradual.

Durante toda esta semana o céu deve ter poucas nuvens, com muito sol e ventos fracos e moderados, sendo que não há previsão de precipitações nos próximos dias. Em entrevista ao Jornal de Brasília, o meteorologista Natalio Abrahão contou que a capital federal também está sob a influência de um evento chamado “bloqueio atmosférico”, que impede o avanço da umidade da Amazônia e frentes frias vindas do Sul do país. Como explicou Natalio, só a partir do dia 22 de agosto que haverá o aumento de nuvens e de umidade.

Até o momento, o DF está a 52 dias sem chuvas, sendo que os picos de umidade baixa geralmente acontecem nos meses de agosto e setembro. Apesar disso, os meteorologistas acreditam que isso pode mudar a partir da segunda quinzena deste mês. A previsão é que ocorram chuvas rápidas e isoladas, porém, com baixo volume. Segundo as informações do Inmet, também estão em alerta vermelho os estados de Goiás e Mato Grosso, e em alerta laranja, que indica perigo, os estados da Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Tocantins e São Paulo.

Cuidados

Os especialistas da área de saúde destacam que esse clima favorece o aparecimento de infecções e doenças respiratórias, principalmente em grupos de risco, fator que exige maior cuidado da população. Segundo o Ministério da Saúde (MS), as doenças respiratórias “são mais preocupantes principalmente em crianças e idosos”, que pela fragilidade do organismo, existe uma chance maior de complicação e com isso, a atenção deve ser redobrada. Ao sinal de mal-estar, é recomendado a busca por acompanhamento médico.

Nesses casos, é preciso evitar locais totalmente fechados, usar hidratante corporal e hidratante labial, evitar banhos quentes e aumentar o consumo de água. “A água ajuda a regular a temperatura corporal e o funcionamento dos órgãos, elimina toxinas, ajuda na lubrificação de mucosas e age como um veículo de transporte de nutrientes”, explica o MS. Utilizar umidificadores, molhar as narinas e toalhas, e manter a limpeza dos ambiente também ajuda a diminuir a sensação de ressecamento.

Em caso de sangramento das vias nasais, o recomendado é conter o fluxo por alguns minutos e esperar que pare espontaneamente. Se o sangramento for mais agudo, o cidadão pode usar um tampão nasal, feito com algodão, papel higiênico ou lenço de papel e se o sangue não parar de escorrer é preciso buscar os serviços de saúde. Em épocas quentes e secas, também é recomendado o uso de roupas leves e protetor solar, além da substituição de alimentos gordurosos e quentes por alimentos leves e mais frios, como frutas e legumes.

Conforme as informações da Defesa Civil do Distrito Federal (DCDF), é definida como situação de atenção quando o índice está entre 20% e 30% por cinco dias seguidos, a situação de alerta é quando o índice está entre 12% e 20% por três dias consecutivos e a situação de emergência é quando a umidade fica abaixo de 12% por dois dias seguidos. Diante deste cenário, independente do nível de baixa umidade, é importante evitar atividades físicas entre as 10h e 17h, quando o sol está alto e quente.

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