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Brasília

96,4%: ocupação de leitos de UTI para covid segue alta no DF

Atualização mais recente, feita às 8h10, mostra que há apenas um leito de UTI disponível para adultos na rede pública

Willian Matos

10/03/2021 9h26

Foto: Breno Esaki/Saúde-DF

Willian Matos e Lucas Neiva
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A ocupação de leitos de UTI para pacientes com covid-19 segue alta no Distrito Federal. A última atualização da Secretaria de Saúde, feita às 8h10 desta quarta-feira (10), mostra que há apenas um leito com suporte de ventilação mecânica disponível para adultos.

Este leito disponível está no Hospital de Campanha da Polícia Militar. Quanto à UTI Neonatal, há nove leitos disponíveis, sendo cinco no Hospital da Criança de Brasília (HCB) e quatro no Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

Na rede pública, a atual taxa de ocupação geral é de 96,48%. 181 pessoas (a maioria adultos) estão na fila à espera de leitos.

Já nos hospitais particulares, a taxa é de 86,03%, aponta a última atualização, feita às 7h10. O Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, possui 29 leitos para adulto disponíveis; no Hospital Santa Lúcia, há seis vagas; Anna Nery, Santa Helena e São Francisco têm um cada.

Hospitais de campanha

Diante da situação extremamente grave, o GDF prepara a instalação de três hospitais de campanha no DF. Eles ficarão nos hospitais regionais de Gama e Santa Maria e no Ginásio Nilson Nelson. Cada um terá 100 leitos, totalizando mais 300 vagas para pacientes locais e do Entorno. A previsão é de que fiquem prontos em 15 dias.

Na última segunda (8), o governador Ibaneis Rocha anunciou a liberação de R$ 36 milhões para que os hospitais sejam erguidos. “Vamos reforçar atendimento na saída sul, no Gama e Santa Maria, porque continuamos a receber muitos pacientes do Entorno”, citou.

As novas unidades vão se somar ao hospital de campanha de Ceilândia, inaugurado em janeiro após meses de atraso. A unidade do Mané Garrincha, instalada e desmontada no ano passado, não deve ser reativada, uma vez que os equipamentos foram realocados em outros hospitais.

Isolamento? Que isolamento?

De acordo com o levantamento diário feito pela empresa In Loco, o Distrito Federal atualmente possui um índice de isolamento social de 37,5%, ocupando a posição de quarto estado com menor respeito ao isolamento social no Brasil. Médicos apontam que a taxa ideal é de, no mínimo, 65%.

Esta posição chamou a atenção dos epidemiologistas da Sala de Situação da Universidade de Brasília (UnB). O epidemiologista e pesquisador da Sala de Situação Jonas Lotufo acredita que não há um número exato para o índice, mas 37,5% certamente não é um valor desejado. “Eu diria que um número geral razoável seria por volta de 80%”, alega.

Para escapar do colapso no sistema de saúde, o epidemiologista alerta que é necessário que tanto a população quanto o governo reforcem suas medidas de isolamento. “O cenário atual é de limite da sobrecarga dos serviços de saúde. Então o ideal seria um isolamento muito radical por 15 dias com aumento da testagem e aumento das ações de fiscalização e orientação de biossegurança para que depois desse período a gente sinta o impacto no sistema de saúde e possa adotar um protocolo mais adequado para evitar outro aumento no número de casos”, recomenda.

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