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Brasília

2°Encontro de mestras e griôs do DF evoca tradições ancestrais; confira apresentações

Ao todo foram seis oficinas realizadas, com organização e realização por parte da própria Casa Moringa

Redação Jornal de Brasília

11/11/2021 16h52

Foto: Divulgação

Vinícius Pinelli
(Jornal de Brasília / Agência de Notícias UniCEUB)

Neste mês de novembro, teve início o 2º Encontro de Mestras e Griôs do Distrito Federal. Durante três dias, oficinas de diversos tipos de expressão cultural foram abertas ao público de forma online. Participaram do evento mestras do DF e também da Bahia, reunidas pelo coletivo de mulheres ativistas Casa Moringa. No sábado (7), aconteceu a Grande Roda no complexo cultural de Samambaia, em que tanto as mestras quanto ativistas do DF se reuniram para trocar experiências e discutir temas como feminismo, empoderamento e ancestralidade.

Até o dia 24 de novembro, a Casa Moringa disponibilizará as apresentações. Estas entrevistas estarão disponíveis nos principais agregadores de podcasts, como Spotify, Deezer e Anchor.

Ao todo foram seis oficinas realizadas, com organização e realização por parte da própria Casa Moringa. No primeiro dia, as mestras Nen Rocha e Santina Azevedo ensinaram o público a produzir uma bolsa artesanal e o básico do bordado para iniciantes, respectivamente. Elas também comentaram sobre a valorização que seus trabalhos recebem e compartilharam aprendizados de suas jornadas até se tornarem mestras do saber cultural.

No segundo dia, a mestra parteira Val Santana deu conselhos de cuidados naturais no pós-parto. Ela enfatizou a necessidade da mulher ter total acolhimento nos primeiros dias após dar a luz, além de dar atenção à cura do útero e como cuidar da alimentação do bebê e estabilizar sua energia espiritual. Logo em seguida, a mestra Josefa Ataídes comandou a oficina de chás terapêuticos, mostrando a importância da cerimônia da hora do chá e enfatizou o conhecimento ancestral e seus valores de harmonia, respeito e pureza  na produção da bebida, que também preparou ao vivo.

Já no terceiro dia, as oficinas se voltaram para o conhecimento musical, com a Mestra Janja Araújo puxando o canto de sua orquestra de berimbaus, e também deu um panorama histórico da capoeira no Brasil e como é importante a presença das mulheres nas posições de comando das manifestações culturais, como ela mesma fez. Por fim, a ativista cultural Fernanda Machado, que está à frente do grupo “Sambadeiras de Bimba Filhas de Biloca”, promoveu a oficina de despertar através do samba de roda, em que realizou dinâmicas do gênero musical como forma de despertar a ancestralidade das mulheres. Por meio dos passos de afoxé dedicados aos orixás, Fernanda tratou de ressaltar a importância das raízes familiares e culturais – ”Eu não sou mestra, sou criança griô que está repassando o conhecimento das mestras”.

O sábado foi marcado pela realização da Grande Roda, em que as mestras se reuniram presencialmente com outras mestras convidadas que não realizaram oficinas, como Martinha do Coco, Dona Gracinha da Sanfona e Mãe Cícera de Oxum, no complexo cultural de Samambaia, mas com transmissão ao vivo pelo youtube. No evento, as mestras compartilharam experiências de vida com jovens ativistas e culturais do DF e discutiram o valor de sua ancestralidade, participação feminina na cultura e o descaso que o estado tem com seus trabalhos. A roda foi tomada pela música e pela confraternização de todas ao fim do evento.

Imagem: a Grande Roda, que teve transmissão online, no canal do youtube da Casa Moringa

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