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Professor M.

Dez Fatores de Sucesso da Inovação – 10 FSI

Alguns fatores são necessários de serem observados para se obter o sucesso de uma inovação nas organizações, e dez deles são essenciais.

Prof. Manfrim

16/09/2019 23h01

Atualizada 02/08/2020 14h38

 

O tema inovação está diariamente no universo organizacional em suas salas, corredores, auditórios, copas, cozinhas, cafezinhos, mesas e conversas entre as pessoas.

Existem diversos aspectos tratados formalmente ou informalmente nessas conversas, mas um com certeza se destaca, o que eu chamo de Fatores de Sucesso da Inovação (FSI).

Com frequência abordamos esse tema com outro enfoque, tais como ‘Fatores Críticos de Sucesso (FCS)’ e ‘Fatores Críticos de Êxito (FCE)’, em uma perspectiva de ‘críticos’; difícil, preocupante e instável.

Segundo Rockart, “Fatores Críticos de Sucesso são algumas áreas de atividade chave, cujos resultados favoráveis são absolutamente necessários para os gerentes atingirem seus objetivos” [1] [2].

Para Bullen (1981), “fatores críticos de sucesso são entendidos como um número limitado de áreas nas quais um resultado satisfatório assegura um bom desempenho competitivo aos indivíduos, departamentos e organizações” [3].

Vamos abordar esses fatores de uma forma mais positiva e otimista, na perspectiva da palavra ‘sucesso’; êxito, conquista, vitória e triunfo.

Vejamos os dez Fatores de Sucesso da Inovação (FSI):

1. Tecnologia

Aplica-se aqui a gestão de todas as tecnologias que foram necessárias para a materialização da inovação, os softwares, hardwares e sistemas de informação e comunicação, como também a gestão da informação, o business intelligence (BI), o data science e o big data.

Considere também a ‘tecnologia humana’, as pessoas e seus conhecimentos, habilidades e atitudes que foram determinantes para materializar a inovação e serão necessárias para sua evolução.

2. Stakeholders

Elemento importante em diversos processos, áreas e setores organizacionais, os stakeholders podem determinar o sucesso ou frustração de uma inovação, sua criação, continuidade e evolução.

São as partes interessadas e (ou) intervenientes da inovação que devemos gerir com todo cuidado, tais como funcionários, colaboradores, servidores, clientes, consumidores, fornecedores, sociedade, setor público, proprietários, acionistas e investidores entre outros.

3. Qualidade

A qualidade de um produto e (ou) serviço inovador deve ser monitorada, não só em seu período de nascimento, mas também durante todo o processo de desenvolvimento evolutivo e inserção de novos elementos. Avalie os riscos envolvidos, atuais e futuros, de perenidade da inovação.

Devemos nos monitorar quanto à tentação da velocidade do tempo de lançamento de uma inovação, do ímpeto de colocar logo no mercado e para uso dos clientes, para não comprometer a qualidade do produto e (ou) serviço, o que pode prejudicar a continuidade da própria inovação.

4. Vantagem competitiva

É sempre necessário considerar a vantagem competitiva gerada pela inovação, o potencial competitivo que ela proporciona à organização no mercado e com relação aos seus concorrentes, seus ganhos monetários e não monetários.

A Vantagem competitiva pode ser conseguida com inovações incrementais, radicais e disruptivas, não sendo excludente outras formas como custos, exclusividade, singulares e personalizadas.

5. Entrega de valor

O termo ‘Valor’ corresponde a todos os fatores, qualitativos e quantitativos, subjetivos e objetivos, que compõe a experiência completa de compra (SCHECHTER, 1984 apud ZEITHAML, 1988, p. 13) [4].

E ‘valor percebido’ é a avaliação geral pelo consumidor da utilidade de um produto baseado em percepções do que é recebido e do que é dado (ZEITHAML, 1988, p. 14). [4].

Nos artigos ‘Inovadores, Empreendedores e o valor para o cliente I e II’ falamos sobre um dos aspectos de agregação de valor para os clientes em produtos e (ou) serviços, do ‘valor’ percebido e determinado como importante para eles.

Resumindo, o que a inovação vai entregar para o cliente? O valor da inovação é perceptível e valorizado pelos clientes?

6. Custo-benefício

Na avaliação de uma inovação se deve sempre considerar o custo-benefício dela, tanto para a organização quanto para os clientes, a relação de custo-benefício, isoladamente ou para ambos.

A determinação do custo-benefício não deve ser realizada apenas na fase de desenvolvimento e materialização da inovação, mas também na fase de consolidação e evolução dela, em todo seu ciclo de vida.

7. Experiência do cliente

A Experiência do Cliente contempla o caminho que o cliente/consumidor percorre em um determinado período para atingir seu objetivo, composta por atividades, ações, operações, tarefas e comportamentos.

As reações, hábitos, sensações, comportamento, atitudes, costumes e sentimentos são o combustível da inovação em suas diversas etapas e ciclo de vida. Também podemos considerar a experiência do usuário como uma abordagem nessa perspectiva de experiência.

No artigo ‘Jornada do Cliente B2B’ falamos sobre experiências, tanto para pessoas físicas como para pessoas jurídicas.

8. Criatividade

“Criatividade pode ser conceituada como um conjunto de capacidades que permitem uma pessoa comportar-se de modos novos e adaptativos em determinados contextos (Mouchird e Lubart, 2002). Criatividade é também a capacidade de criar uma solução que é ao mesmo tempo inovadora e apropriada (Sternberg e Lubart, 1999)” [5].

A palavra ‘capacidade’ permeia o conceito de criatividade e nos provoca a criar condições para fomentar e desenvolver a capacidade criativa nas pessoas e na cultura organizacional.

Falamos um pouco sobre esse tema no artigo ‘Inovar versus Inventar! Sinônimos versus Antônimos?’, sobre o desafio criativo da inovação e alguns dilemas conceituais.

9. Cooperação

De acordo com Winckler e Molinari (2011) ao cooperar, cada parceiro disponibiliza no ‘trabalho conjunto’ aquilo que tem de melhor e atua de forma complementar, mesmo garantindo sua independência [6].

Cooperar é uma relação de mútua motivação e benefícios para as partes envolvidas. O que você e sua organização estão fazendo para que o espirito de cooperação prospere e se multiplique?

10. Pessoas

Uma equipe competente é essencial para o sucesso de uma inovação em todo o seu ciclo de vida, não apenas no momento da ideação e desenvolvimento da ideia, mas também na fase de evolução.

Os envolvimento das pessoas com a inovação perpassa vários níveis da organização, e existe um momento crucial nesse processo, o da materialização da ideia, o do ‘patrocínio do projeto’ pela alta administração.

Nos artigos ‘Inovação em pessoas e evolução do mindset’ e ‘O RH 4.0 ficará obsoleto em breve’ falamos sobre a importância das pessoas nas organizações e nas inovações.

Portanto, a compreensão dos dez Fatores de Sucesso da Inovação (10 FSI) proporciona uma visão enriquecedora sobre a inovação e a ação de inovar, sobre os movimentos necessários para que ela floresça e prospere na organização.

E, claro, esses dez fatores não esgotam os elementos que envolvem o sucesso de uma inovação.

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(1) ROCKART, John. A New Approach to Defining the Chief Executive’s
Information Needs
. Working Paper no. 37. Center for Information Systems
Research, Sloan School of Management. Massachusetts Institute of Technology.
May 1978.
(2) ROCKART, F. J. Chief Executives Define their Own Data Needs. Harvard
Business Review, 1979.
(3) BULLEN, Christine; ROCKART, John. A Primer on Critical Success Factors.
Working Paper,
Alfred Sloan School of Management. Center for Information
Systems Research, no. 69, 1981.
(4) ZEITHMAL, V. A. Consumer perception of price, quality and value:
a means-end model and synthesis of evidence. Journal of Marketing, Chicago,
v. 52, p. 2-22, July 1988.
(5) DE BRITO, Ronnie Fagundes; VANZIN, Tarcisio; ULBRICHT, Vania Ribas.
Reflexões sobre o conceito de criatividade: sua relação com a biologia do
conhecer. Ciências & Cognição, v. 14, n. 3, 204-213, 2009.
(6) WINCKLER, Natália Carrão; MOLINARI, Gisele Trindade. Competição,
colaboração, cooperação e
 coopetição: revendo os conceitos em estratégias
interorganizacionais. Revista ADMpg Gestão Estratégica, v. 4, n. 1,
p. 1-12, 2011.

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Prof. Manfrim, L. R.

Compulsivo em Administração (Bacharel). Obcecado em Gestão de Negócios (Especialização). Fanático em Gestão Estratégica (Mestrado). Consultor pertinente, Professor apaixonado, Inovador resiliente e Empreendedor maker.

Explorador de skills em Gestão de Projetos, Pessoas e Educacional, Marketing, Visão Sistêmica, Holística e Conectiva, Inteligência Competitiva, Design de Negócios, Criatividade, Inovação e Empreendedorismo.

Navegador atual nos mares do Banco do Brasil, UDF/Cruzeiro do Sul e Jornal de Brasília. Já cruzou os oceanos do IMESB-SP, Nossa Caixa Nosso Banco (NCNB) e Cia Paulista de Força e Luz (CPFL).

Freelance em atividades com a Microlins SP, Sebrae DF e GDF – Governo do Distrito Federal.

Contato para palestras, conferências, eventos, mentorias e avaliação de pitchs: [email protected].

Linkedin – Prof. Manfrim

Currículo Lattes – Prof. Manfrim

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