Segundo o artigo publicado na revista Current Biology, apenas 2% desta imensa barreira de coral se livrou do fenômeno de branqueamento desde o primeiro grande episódio de clareamento em 1998, o ano mais quente até então. Depois disso, o recorde de calor foi batido várias vezes.
A frequência, intensidade e magnitude das ondas de calor marítimo que provocam o branqueamento do coral não pararam de aumentar, destaca o principal autor do estudo, Terry Hugues, do centro de excelência do Australian Research Council (ARC), da Universidade James Cook.
Inscrita no Patrimônio Mundial da Unesco desde 1981, a Grande Barreira sofreu três grandes episódios de clareamento durante as ondas de calor de 2016, 2017 e 2020.
O branqueamento é um fenômeno de enfraquecimento dos corais produzido pelo aumento da temperatura da água, o que expulsa as algas e nutrientes dos quais o coral necessita, provocando a sua descoloração.
O coral também está ameaçado por um predador, uma estrela-do-mar conhecida como coroa-de-espinhos, que prolifera graças à poluição e ao derramamento de rejeitos agrícolas, em especial os que contêm nitrogênio.
Os resultados publicados nesta quinta-feira mostram também que os corais que sofreram com ondas de calor estão menos suscetíveis ao estresse térmico, mas Sean Connolly, do Smithsonian Tropical Research Institute e coautor do estudo, adverte que uma maior frequência e intensidade do branqueamento pode reduzir a resiliência do recife.
O estudo é apresentado enquanto acontece a Conferência do Clima da ONU (COP26) em Glasgow, na Escócia, e a Austrália, um dos maiores exportadores de carvão e gás do mundo, se comprometeu a atingir a neutralidade de carbono em 2050, rejeitando a data mais ambiciosa de 2030.
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