A ação, ato ou momento criativo são resultantes de um instante bastante específico, o surgimento de uma ideia, que podem ser relativas à resolução de problemas ou aproveitamento de uma oportunidade de negócio – social ou financeiro.
Ter ideias é essencial no ambiente organizacional, independentemente se gerará inovações incremental, radical ou disruptiva nos (de) negócios ou, se a ideia será uma inovação vertical, horizontal ou transversal.
Em ‘Dez Fatores de Sucesso da Inovação’, vimos alguns aspectos relevantes e essenciais de perenidade das ideias. A compreensão desses fatores proporciona uma visão enriquecedora sobre a inovação e a ação de inovar, sobre os movimentos necessários para que ela floresça e prospere na organização.
Ter ideias também é essencial a qualquer um dos tipos de inovação: em processos, em produtos, em serviços, em marketing, em modelos de negócios, em logística, ambiente organizacional e em tecnológica da informação e comunicação. E, como vimos no artigo ‘Inovação em pessoas e evolução do mindiset’, as pessoas compõem o centro de atenção desse processo.
Segundo o Dicionário Michaelis, ideia é um “[…] objeto imediato do pensamento, conceito ou noção que temos sobre algo, que pode ser concreto ou abstrato; criação ou descoberta de algo concreto ou abstrato; produto da atividade mental”.
O substantivo vem do latim id?a, sobre a raiz grega idéa, se refere à aparência ou forma de algo, associando-se ao termo idein sobre um princípio filosófico, por aquilo que alguém vê ou visualiza (www.etimologia.com.br).
Ao contrário do que muitos pensam, as pessoas criativas não geram ideias a qualquer tempo e a toda hora, como um lampejo de gênio. Gerar ideias exige atitude, disposição e condutas que demandam 90% de transpiração e 10% de inspiração.
O esforço de criação e geração de ideias está relacionada a um comportamento explorador do ambiente interno e externo das organizações, em práticas que demandam investigações, pesquisas, diálogos, observações e experimentações.
Explorar o ambiente externo das organizações
Todas as organizações operam em um ambiente composto por elementos do ambiente externo que influenciam decisões estratégicas. É um ambiente competitivo composto por concorrentes, fornecedores, consumidores, stakeholders, novos entrantes e substitutos, o ambiente político, as condições econômicas entre outros fatores [1].
Simplificadamente, os elementos do ambiente externo determinam cinco principais abordagens à organização:
1 – causam problemas;
2 – apresentam soluções;
3 – fornecem oportunidades;
3 – permitem modificações;
4 – provocam evoluções.
Nesse contexto, explorar e conhecer os elementos do ambiente externo é uma fonte importante de ideias, um nascedouro de insight, a origem de inspirações e o princípio de visões.
Os diversos fatores e forças do ambiente externo, a relações entre eles e as percepções da dinâmica envolvida na interdependência deles permite identificar nuances, sutilezas, pormenores e particularidades inspiradoras para a geração de ideias.
Explorar o ambiente interno das organizações
De acordo com Latorre (2015, p.21), […] a organização pode ser entendida como unidades planejadas intencionalmente construídas e reconstruídas a fim de atingir objetivos específicos em um conjunto de atividades e forças coordenadas conscientemente por duas ou mais pessoas [2].
Segundo MAXIMIANO (2012, p.04) “[…] as organizações são grupos sociais deliberadamente orientados para a realização de objetivos” [3].
Assim, o ambiente interno envolve elementos como pessoas, estrutura organizacional, ativos móveis, imóveis e intangíveis/imateriais, cultura organizacional e tecnologia da informação e comunicação.
Invariavelmente, as pessoas são consideradas o elemento mais importe e o ator fundamental do sucesso de uma organização. E, sob a ótica de inovação, é o fator vital e precípuo para a geração de ideias.
As pessoas compõem o foco dessa estratégia de valorização, e deve ser o item de maior investimento nas organizações, é o recurso mais precioso que se pode cultivar em uma empresa. São geradoras do conhecimento, o elemento primordial em qualquer negócio.
Resumidamente, podemos destacar alguns benefícios do investimento em pessoas para as organizações:
1 – Fortalecimento da empresa;
2 – Crescimento consistente;
3 – Discernimento do mercado;
4 – Comprometimento estratégico;
5 – Atingimento de objetivos;
6 – Desenvolvimento organizacional;
7 – Relacionamento institucional;
8 – Atendimento aos clientes;
9 – Aculturamento de inovar;
10 – Aumento de receitas.
Idear é visualizar o futuro!
As duas perspectivas apresentadas do ambiente externo e interno pretende exibir as possibilidades exploratórias de fontes geradoras de ideias, a qual podemos destacar o enriquecimento da visão interdisciplinar e multidisciplinar das variáveis envolvidas.
Dessa forma, conhecer e entender esses ambientes é essencial para a geração de ideias, bem como para a reflexão sobre o futuro da ideia e suas múltiplas possibilidades de evolução, implementação e sustentação.
Sendo a ideia principal a de aprender a lidar não apenas com um, mas com vários futuros possíveis, havendo igual relevância entre discutir sobre o futuro que se aguarda e o caminho que se percorre até ele (Grisi & Britto, 2003).
Certamente, essa condição de análise do futuro de uma ideia passa por essa visão sistêmica dos ambientes e suas implicações, influências e forças determinantes. No artigo “O valor presente do futuro da inovação” apresentei uma possibilidade para essa abordagem.
Sob esse ponto de vista, algumas perguntas podem contribuir para a reflexão das potencialidades estratégicas de uma ideia:
– Quais variáveis podem potencializar a ideia?
– Quais variáveis podem ameaçar a ideia?
– Quais variáveis podem enriquecer a ideia?
– Quais variáveis podem prejudicar a ideia?
– Quais ‘atores’ podem se conectar à ideia?
Logo, para o surgimento de uma ideia, é necessária uma dose de provocação à reflexão, a raciocínios atípicos e a criação de sinapses diferentes das usuais de nosso cotidiano familiar, social e organizacional.
Assim, uma ideia é a gênese, o início e o princípio de qualquer ação inovadora!
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[1] BATEMAN, Thomas S. SNELL, Scott A. Administração: construindo vantagem
competitiva. São Paulo: Atlas, 1998.
[2] LATORRE, Sidney zaganin. Mas afinal, o que é essa tal de organização.
São Paulo: Senac, 2015.
[3] MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração. Da Revolução
humana a revolução digital. 7ª Edição. São Paulo: Atlas, 2012.
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Prof. Manfrim, L. R.
Fanático em Gestão Estratégica (Mestrado). Obcecado em Gestão de Negócios (Especialização). Compulsivo em Administração (Bacharel). Consultor pertinente, Professor apaixonado, Inovador resiliente e Intraempreendedor maker.
Explorador de skills em Gestão de Projetos, Pessoas e Educacional, Visão Sistêmica, Holística e Conectiva, Marketing, Inteligência Competitiva, Design de Negócios, Criatividade, Inovação, Empreendedorismo e Futurismo.
Colunista no Jornal de Brasília (https://jornaldebrasilia.com.br/category/blogs-e-colunas/professor-m/). Coautor de Livro na área de Educação Empreendedora e membro da Rede Brasileira de Cidades Inteligentes, Humanas e Sustentáveis.
Navegador atual nos mares do Banco do Brasil, UDF/Cruzeiro do Sul e Jornal de Brasília. Já cruzei os oceanos do IMESB-SP, Nossa Caixa Nosso Banco (NCNB) e Cia Paulista de Força e Luz (CPFL). Freelance em atividades com a Microlins SP, Sebrae DF e GDF – Governo do Distrito Federal.
Idealizador dos Portais UniBB Setor Público (www.unibbsetorpublico.com.br) e BB Integra (www.bbintegra.com.br).
Contato para palestras, conferências, eventos, mentorias, hackathons e avaliação de pitchs: [email protected].
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