Raphaella Sconetto
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Em mais um dia de jogos e confraternização, os tenistas que participam da 19ª Copa de Tênis Dupla Centenária Nikkey decidem, neste domingo (29), quais serão as 28 duplas que disputarão nesta segunda (30) as finais. A expectativa é que o evento, que teve início no sábado (28), realize aproximadamente 260 partidas em 14 categorias diferentes.
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Denominado de centenário, o torneio busca um equilíbrio entre homens e mulheres nas quadras. Para participar da competição, a soma das idades dos participantes das duplas deve ser de 100 anos, caso ambos jogadores sejam homens. Se os competidores forem um homem e uma mulher, a soma das idades deve dar, no mínimo, 90 anos. E, em caso de duas jogadoras, o mínimo permitido é 80 anos.
De acordo com o coordenador desta edição, Roberto Issamu Matsunaga, as categorias são divididas por um ranking baseado na qualidade técnica dos participantes. A hierarquia, segundo o coordenador, vai de Ouro A até a letra E, Prata A até a letra E, e Bronze A até o D – resultando 14 categorias.
Atualmente, o encontro faz tanto sucesso, que reúne jogadores de diversos Estados, como Goiás, São Paulo, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Para isso, tudo é bem planejado, até a data. “A gente tem a data de 1º de maio como referência, já é tradição. Assim facilita para as pessoas dos outros Estados, que conseguem ir e voltar com tranquilidade”, alega.
Matsunaga garante ainda que o torneio é esperado pelos participantes. Por isso, o trabalho de divulgação é feito com cautela e antecedência, para que consigam trazer pessoas dos mais variados cantos do país. “Temos contatos com outros clubes, aí mandamos convites para os jogos. Mas também ocorre um intercâmbio: eles vêm para Brasília e em outros torneios nós vamos para outras cidades. Durante o ano acontecem cerca de cinco torneios da colônia japonesa, que reúne essa turma toda”, aponta.
A competidora Rosimeri Shiratori, 49 anos, pratica o tênis há 20 anos. Neste ano completa sua 13ª participação. Para ela, que já participou de outros torneios em São Paulo e Curitiba da colônia nipônica, este tem um toque especial: as amizades. “ Se eu olhar atentamente aqui vou encontrar rostos que já conheço. Como já participei de outros campeonatos, é uma ótima oportunidade para conhecer mais pessoas”, diz.
Unindo o útil ao agradável, a competidora da categoria Prata D aponta que o esporte é essencial para uma melhor qualidade de vida. “Ter amigos é muito importante para nossa vida, e aí juntar isso com o esporte é melhor ainda”, completa.
Neste domingo (29), a estimativa é de que os jogos durem até 20h. Na segunda-feira (30), o encerramento será às 13h.
Saúde em Primeiro Lugar
Na juventude, Keiji Yamamoto, 72 anos, jogava futebol. Com o passar dos anos e com os amigos casando e tendo filhos, ele percebeu que o futebol demandava muito empenho e dedicação de um grupo. “Senti que precisava encontrar algo para praticar e que dependesse só de mim, do meu tempo”, conta. O tênis, então, virou sua paixão. “Achava o tênis jogo de gente fresca”, brinca. “Mas, com 35 anos, escolhi fazer porque era um esporte individual”, acrescenta.
Presente em todas as edições da Copa Centenária – quando nem fazia esse equilíbrio na idade entre as duplas -, Yamamoto vem de São Paulo todos os anos à capital. “Faço questão de vir. Esse torneio começou para ser uma confraternização do Nipo de São Paulo com o de Brasília”, lembra.
Este ano ele competiu na categoria Ouro E. “Com a minha idade não consigo mais ganhar e venho aqui para conversar, brincar. O tênis, para mim, é saúde. O importante não é ganhar ou perder, é se movimentar para ter uma boa saúde. Essa é a única justificativa para eu, com 72 anos, ainda jogar”, finaliza.