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Política & Poder

Tarcísio diz que, ‘na tensão’, alguém pode ter pedido para apagar vídeo do tiroteio de Paraisópolis

Em seguida, Tarcísio lamentou que “a imprensa passa a ser sensacionalista com isso. Eu não estou mais falando no assunto”

FolhaPress

25/10/2022 16h08

Carlos Petrocilo
São Paulo, SP

O candidato ao Governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que “momento de tensão” e “preservar a identidade de pessoas que fazem parte da nossa segurança” foram os motivos para membro de sua equipe ter pedido a um cinegrafista da Jovem Pan para apagar as imagens do tiroteio que interrompeu sua visita a um programa social em Paraisópolis, na semana passada.

“Pode ser que alguém na tensão tenha pedido para apagar alguma coisa”, disse o candidato após participar de uma carreata em Osasco, na Grande São Paulo, na tarde desta terça-feira (25).

“Talvez a pessoa que tenha pedido para apagar teve esse cuidado [de preservar a identidade dos seguranças da campanha]. É muito ruim revelar a identidade de pessoas que acabam de se envolver com criminosos.”

Em seguida, Tarcísio lamentou que “a imprensa passa a ser sensacionalista com isso. Eu não estou mais falando no assunto, a imprensa toda hora traz esse assunto para a pauta, não tem sentido”, disse. “O interesse [da imprensa] é fazer sensacionalismo, é dar uma causada.”

Mais cedo, em sua página em uma rede social, Tarcísio usou o termo “narrativa mentirosa” para se referir a áudio do cinegrafista revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.

“Transformar um episódio de violência em uma narrativa mentirosa é algo que extrapola qualquer limite. É injustificável. Chega de Fake News”, escreveu.

Pouco antes, a campanha emitiu nota em que classificou o áudio como “uma grave tentativa de descontextualização do episódio em Paraisópolis”.

“Um integrante da equipe perguntou ao cinegrafista da Jovem Pan se ele havia filmado aqueles que estavam no local e se seria possível não enviar essa parte do vídeo para não expor as pessoas que estavam lá”, explica trecho da nota.

“Nunca houve nenhum impedimento por parte da campanha em relação a isso. Qualquer afirmação que questione isso é uma mentira”, continuou o comunicado.

O profissional da emissora, que pediu para não ser identificado, fazia imagens da campanha do postulante ao Governo de São Paulo no momento em que foram ouvidos tiros.

No local, houve perguntas ao profissional sobre o que ele havia filmado e a ordem para que ele apagasse as imagens. “Você filmou os policiais atirando?”, questiona um integrante da campanha. “Não, trocando tiro efetivamente, não. Tenho tiro da PM pra cima dos caras”, responde o cinegrafista.

O membro da campanha ainda pergunta se ele havia filmado as pessoas que estavam no local onde o evento com Tarcísio foi realizado. “Você tem que apagar”, diz o segurança.

A Folha de S.Paulo apurou, no entanto, que as imagens já tinham sido enviadas à Jovem Pan. No momento logo após o tiroteio, a emissora passou a exibir imagens do local do tiroteio, da ação da polícia e da retirada às pressas da equipe de Tarcísio.

Procurada e informada sobre o teor da reportagem, a emissora se manifestou por meio de nota.
“A Jovem Pan exibiu todas as imagens feitas durante o tiroteio. O trabalho do cinegrafista permitiu que a emissora fosse a primeira a noticiar o ocorrido no local. Não houve contato da campanha do candidato Tarcísio com a direção da emissora com o intuito de restringir a exibição das imagens e, por consequência, o trabalho jornalístico.”

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