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Política & Poder

Bolsonaro diz que Forças Armadas descartam selo de credibilidade ao sistema eleitoral

O mandatário afirmou que o TSE é composto por ministros indicados pelos governos do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

FolhaPress

25/10/2022 15h25

Foto: Reuters

Matheus Teixeira
Brasília, DF

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, segundo as Forças Armadas, é “impossível dar um selo de credibilidade” ao sistema eleitoral brasileiro.

Em entrevista a um podcast conservador dos Estados Unidos, o mandatário afirmou que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é composto por ministros indicados pelos governos do PT e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu adversário no pleito deste ano, e criticou o fato de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter anulado as condenações do petista.

“Temos uma eleição pela frente e o que nos traz certa confiança é que as Forças Armadas foram convidadas a integrar uma comissão de transparência eleitoral. E elas têm feito um papel atuante e muito bom nesse sentido. Contudo, eles me dizem que é impossível dar um selo de credibilidade, tendo em vista ainda as muitas vulnerabilidades que o sistema apresenta”, afirmou.

Os militares, porém, nunca afirmaram que não dá para garantir a credibilidade das urnas e preveem para o começo de janeiro uma última etapa da fiscalização que realizam do sistema eleitoral.

A entrevista de Bolsonaro foi gravada na última quinta-feira (20). Bolsonaro questiona a lisura das urnas eletrônicas, sem provas, e já fez inúmeros ataques infundados à Justiça Eleitoral. O presidente também costuma se negar a afirmar que passará a faixa presidencial ao adversário caso perca as eleições.

Geralmente, o mandatário condiciona aceitar o resultado eleitoral à realização de “eleições limpas”, sem detalhar o que seria isso, e diz que as Forças Armadas poderiam dar esse atestado de lisura do pleito.

Logo após o primeiro turno, em que ficou atrás de Lula, Bolsonaro evitou botar em xeque as urnas eletrônicas e disse que só iria se pronunciar a respeito após as Forças Armadas apresentarem um relatório sobre o sistema de votação.

Dias depois, porém, levantou suspeita sobre a apuração e repetiu acusação infundada ao comparar a eleição deste com a de 2014, que, segundo ele, foi fraudada.

Semana passada, por sua vez, evitou falar sobre a fiscalização das Forças Armadas e desconversou sobre o assunto.

Questionado por jornalistas sobre o relatório do Ministério da Defesa, desconversou. “Olha, as Forças Armadas não fazem auditoria. Lançaram equivocadamente. A Comissão de Transparência Eleitoral não tem essa atribuição. Furada, fake news”, disse.

O trabalho das Forças Armadas de fiscalização do processo eleitoral, por sua vez, prevê uma última etapa de análise de dados sobre as urnas que deve ocorrer até dois meses após as eleições, com término previsto para 5 de janeiro de 2023.

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