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Política & Poder

Projeto quer barrar alteração em verso do hino do RS apontado como racista

Em 2021, cinco vereadores da chamada Bancada Negra da Câmara Municipal de Porto Alegre permaneceram sentados durante a execução do hino, em protesto

FolhaPress

08/06/2023 11h24

GUILHERME SETO
SÃO PAULO, SP

O deputado estadual Rodrigo Lorenzoni (PL-RS) apresentou uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) com o objetivo de transformar os símbolos oficiais do Rio Grande do Sul (a bandeira, o brasão de armas e o hino) em imutáveis em sua integralidade.

A proposta, que pode ser votada na Assembleia Legislativa do RS na terça-feira (13), surgiu em reação às críticas que o movimento negro gaúcho tem feito nos últimos anos ao hino estadual, que contém um trecho apontado como racista.

“Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”, diz o verso, que transmitiria a ideia de que pessoas são escravizadas por não terem qualidades.

Em 2021, cinco vereadores da chamada Bancada Negra da Câmara Municipal de Porto Alegre permaneceram sentados durante a execução do hino, em protesto. Atualmente, três desses vereadores são deputados estaduais.

“Enquanto inúmeros estados, e até mesmo países, revisam simbologias que remetem ao escravismo e ao colonialismo, o Rio Grande do Sul pode caminhar no sentido inverso. Essa PEC é racista, inconstitucional e, extremamente autoritária”, afirma o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL).

Em entrevista ao site do Legislativo gaúcho, Lorenzoni disse que Gomes não quer defender, mas reescrever a história do Rio Grande do Sul.

Até o momento, o governador Eduardo Leite (PSDB) não se manifestou sobre o tema. O deputado Frederico Antunes (PP), líder do governo na Assembleia, é um dos signatários da PEC.

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