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Política & Poder

Presidente da Palmares falta a audiência na Câmara após ter confirmado presença

A justificativa dada por Camargo foi de que ele havia concordado em participar da audiência somente se ela fosse presencial

FolhaPress

08/10/2021 14h41

Foto: Reprodução

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, faltou a uma audiência pública da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados que foi realizada nesta sexta-feira, após ter confirmado presença. O intuito da audiência foi debater o acervo cultural da instituição, que tem sofrido série de ataques por parte de Camargo.

Na segunda, o presidente da fundação havia confirmado presença na audiência. “Para expor a bagunça que encontrei na Palmares, aceito ser inquirido pela petista Benedita da Silva, que inúmeras vezes me chamou de capitão do mato, expressão racista. Estarei sexta-feira na Comissão de Cultura. A Palmares deixou de ser uma senzala da esquerda. Aceitem!”, postou nas redes sociais.

A justificativa dada por Camargo pelo não comparecimento foi de que ele havia concordado em participar da audiência somente se ela fosse presencial. A reunião, porém, foi virtual. Antes disso, Camargo afirmou que a reunião teria sido cancelada, mas ela aconteceu remotamente, e a deputada Erika Kokay, do PT do Distrito Federal, esteve presencialmente na Câmara para a audiência.

“Seria hoje, mas mudaram de presencial para vídeo. Aceito o convite somente se for presencial. Portanto, não irei. Continuo à disposição e antecipo que o acervo da Palmares nunca foi tão bem cuidado. Passar bem”, postou Camargo nas redes sociais. “Agora a verdade. O real motivo do cancelamento. Temem me enfrentar em pessoa.”

A presidente da Comissão de Cultura da Câmara, a deputada Alice Portugal, do PC do B da Bahia, caracterizou como “lamentável” a postagem de Camargo. “Quero dizer ao senhor Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares, que eu refuto as suas chulas afirmações na sua rede social. Esta reunião não foi cancelada, ela está acontecendo. Nós estamos em período de trabalho híbrido, os deputados não estão em Brasília na sexta-feira. A deputada Erika Kokay está aí sentada nesta mesa e pode recebê-lo presencialmente. E estamos aqui remotamente.”

Em junho deste ano, Camargo se recusou a participar de uma audiência pública mediada pela deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro. O tema da discussão era a crise institucional da fundação. “Não me sento à mesa para dialogar com pretos racistas! Benedita da Silva me chama de ‘capitão do mato a mando do Bolsonaro’. Vá procurar sua turma! Não existe crise institucional na Palmares!”, escreveu Camargo no Twitter. “Crise institucional = cortei a mamata da negrada vitimista e artistas queridinhos da militância.”

Na semana anterior, Camargo havia anunciado que todos os arquivos atrelados ao guerrilheiro comunista Carlos Marighella seriam excluídos do acervo da instituição. O anúncio foi feito nas suas redes sociais e ocorre em meio a uma série de atos de censura promovidos pela fundação. No Twitter, Mario Frias, secretário da Cultura, comemorou o anúncio de Camargo e usou alguns emojis para celebrar.

Ainda em junho, a Fundação Cultural Palmares publicou um relatório intitulado “Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista”. “Todas as obras que corrompem a missão cultural da Palmares serão excluídas nesta sexta-feira, 11. Um livramento!”, anunciou Camargo no Twitter.

“Todas as pessoas de bem ficarão chocadas ao descobrir que uma Instituição mantida com o dinheiro dos impostos, sob o pretexto de defender o negro, abriga, protege e louva um conjunto de obras pautadas pela revolução sexual, pela sexualização de crianças, pela bandidolatria e por um amplo material de estudo das revoluções marxistas e das técnicas de guerrilha”, escreveu o presidente da fundação, Sérgio Camargo, no início do relatório.

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