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Política & Poder

PF pede preservação de imagens das câmeras de aeroporto após Moraes ser hostilizado

Moraes acionou a PF após a hostilidade contra ele e sua família em Roma, pouco depois das 18h no horário local

Redação Jornal de Brasília

17/07/2023 19h04

Foto: Agência Brasil

JOSÉ MARQUES E RAQUEL LOPES
BRASÍLIA, DF

A Polícia Federal pediu a preservação das imagens das câmeras de segurança do aeroporto internacional de Roma para averiguar a conduta de brasileiros que hostilizaram na sexta-feira (14) o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e seus familiares.

Ainda não houve, no entanto, formalização do pedido de acesso a essas imagens, segundo a reportagem apurou com pessoas que acompanham a investigação. Esse pedido é feito por meio de cooperação internacional.

As defesas de envolvidos no episódio têm dito que não partiu deles a hostilidade contra o ministro, e devem ser confrontados com as imagens das câmeras de segurança

O empresário Roberto Mantovani Filho disse que eles foram envolvidos posteriormente no que chamam de “entrevero”.

Neste domingo (16), um dos envolvidos no episódio, o corretor de imóveis Alex Zanatta Bignotto, genro do empresário, prestou depoimento por duas horas à Polícia Federal e negou a acusação de ofensa a Moraes. Mantovani e a esposa, Andreia Munarão, serão ouvidos nesta terça (18).

De acordo com o advogado Ralph Tórtima Stettinger Filho, seus clientes não foram ao local para hostilizar o ministro, “mas estavam apenas passando e houve um encontro fortuito”. A defesa evita comentar, porém, a agressão ao filho de Moraes, atribuída a Mantovani.

Moraes acionou a PF após a hostilidade contra ele e sua família em Roma, pouco depois das 18h no horário local. O órgão instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da abordagem e também de uma possível agressão ao filho do ministro.

Os responsáveis dirigiram ao integrante do Supremo e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) expressões como “bandido”, “comunista” e “comprado”, segundo informações colhidas pelos investigadores.

O STF informou que não se manifestará sobre o caso.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou ao Ministério Público Federal que tome as medidas cabíveis. Aras, que está fora do país, enviou uma mensagem ao magistrado manifestando a sua solidariedade e disse classificar a agressão como “repulsiva”.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta segunda (17) que as imagens solicitadas às autoridades italianas devem chegar ainda nesta semana. “Não sabemos ainda o conteúdo, mas imagens chegarão e serão levadas ao inquérito policial.”

Em entrevista ao Canal UOL, Dino disse que deveria haver uma punição mais dura quando há ataques a membros dos Poderes.

“Talvez seja importante uma revisão da lei, podemos chegar até um crime contra o Estado democrático de Direito [no caso do ministro Alexandre de Moraes]. Há países que adotam uma ameaça mais dura contra membros dos Poderes”, afirmou.

Moraes participou na Itália de um fórum internacional de direito realizado na Universidade de Siena. Ele compôs mesa no painel Justiça Constitucional e Democracia, da qual participou ainda o ministro André Ramos Tavares, integrante também do TSE.

Moraes se tornou nos últimos anos o principal algoz do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Judiciário, comandando inquéritos que atingem o ex-presidente no STF.

Também comandou o TSE nas eleições de 2022 e no julgamento do mês passado que decidiu pela inelegibilidade de Bolsonaro até 2030.

Moraes já foi alvo de xingamentos por parte de Bolsonaro, que, nos últimos dois anos, já chegou a se referir ao ministro como “vagabundo” e como “canalha”.

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