O senador Omar Aziz (PSD-AM) disse nesta quarta-feira (11), durante sessão da CPI da Pandemia, que irá buscar indenização para famílias de pessoas que se medicaram com ivermectina contra a covid-19 e morreram.
“Eu vou pedir à Defensoria Pública do Estado do Amazonas para que as famílias que perderam entes queridos sejam acolhidos e entrem com um processo de indenização contra as pessoas que induziram os pacientes que faleceram no meu estado, principalmente na cidade de Manaus, à morte”, declarou Omar Aziz. Na visão do senador, amazonenses perderam a vida graças a médicos e outras autoridades que induziram a medicação com ivermectina contra a covid.
“A Defensoria que tem esse papel. Esse papel é simples, é só pegar os nomes das pessoas que foram atendidas e fazer uma ação em nome dessas pessoas que foram medicadas com isso [ivermectina] e foram a óbito”, disse Aziz. O presidente da CPI da Pandemia disse ainda que há pacientes com problemas hepáticos devido aos efeitos colaterais do medicamento e do uso em excesso.
O vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) vai além e pede que a União seja responsabilizada, bem como empresas que tenham lucrado com os medicamentos ineficazes contra o coronavírus.
Vitamedic lucrou 600% com ivermectina
O farmacêutico Jailton Batista, representante da Vitamedic, depõe à CPI da Pandemia hoje. Ele admite que a empresa turbinou seus lucros de forma considerável em meio à pandemia por conta da venda da ivermectina, medicamento que foi promovido e vendido no Brasil como solução contra a covid-19 mesmo sem eficácia.
Jailton Batista explicou que a Vitamedic faturou, de maneira geral, cerca de R$ 540 milhões em 2020. Em 2021, a farmacêutica já lucrou cerca de R$ 300 milhões até o mês passado. Os números de 2020 quase triplicam os de 2019, quando a Vitamedic faturou cerca de R$ 200 milhões. “Nós tivemos um crescimento de 600% da ivermectina”, admitiu.
A CPI investiga o aumento destas vendas da ivermectina, uma vez que o medicamento foi promovido contra a covid-19 sem ter eficácia contra a doença. Os senadores também estudam possíveis ligações entre a Vitamedic e o governo federal. Na sessão de hoje, já foram mostradas várias falas do presidente Jair Bolsonaro exaltando o remédio. Jailton afirma que “não tem como medir” se as declarações de Bolsonaro impactaram nas vendas da farmacêutica.
