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Política & Poder

‘Moro tem noção dos problemas econômicos’, afirma Affonso Celso Pastore

O grupo que Pastore reuniu vê o ex-juiz e ex-ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro como a “terceira via” nas eleições de 2022

Redação Jornal de Brasília

18/11/2021 17h16

Liderado pelo ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, o plano para a economia do agora assumidamente presidenciável Sérgio Moro (Podemos) terá foco no combate à pobreza, crescimento com distribuição de renda e responsabilidade fiscal. Moro postou nesta quarta, 17, nas redes sociais a foto do livro Erros do Passado, Soluções para o Futuro, de autoria do ex-presidente do BC, de 83 anos, como um recado da escolha de seu conselheiro econômico. O grupo que Pastore reuniu vê o ex-juiz e ex-ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro como a “terceira via” nas eleições de 2022 e já começa a desenhar o plano econômico.

Ao Estadão, Pastore detalha o que pensa para o Brasil em 2023. Mas diz que não tem pretensão nenhuma de ser o ‘Posto Ipiranga’ de Moro como o ministro Paulo Guedes é de Bolsonaro.

Por que o sr. topou ajudar Moro na candidatura à Presidência em 2022?

Moro, tanto quanto Eduardo Leite, (João) Doria, (Luiz Henrique) Mandetta e outros, está tentando construir uma terceira via que não é nem o PT e nem Bolsonaro. A ideia é ter um mapa sobre que tipo de contribuição se pode dar numa discussão na qual cada um desses pode ser o candidato. Moro julga que haja discussões muito bem feitas sobre o tipo de País que precisaria mudar do ponto de vista de retomada do crescimento econômico e distribuição de renda. É natural que procure economista. Eu o conheço há muito tempo, desde quando Cristina (a economista Maria Cristina Pinotti), minha esposa, escreveu o livro sobre Lava Jato e Mãos Limpas. O que ele quer de mim é uma contribuição do campo econômico para ver se essa terceira via se torna viável.

Por que o sr. avalia que Moro seria o candidato ideal?

Quando ele resolveu entrar para a política, começou a fazer contato comigo. Tivemos uma série de reuniões iniciais. Meu relacionamento com Moro é saber se ele concorda como meu ponto de vista e seu concordo com a visão que ele tem de como conduzir o Brasil. Esse é um projeto que me agrada. Houve absoluta concordância de como transformar o Brasil. Evidentemente, não se consegue fazer isso tudo sozinho. Outras pessoas vão colaborar. O importante não são as pessoas, mas os temas.

Quais são os temas principais?

Será preciso um arcabouço macroeconômico para refazer a responsabilidade fiscal do País. São necessárias condições para que se possa criar um programa que retome o desenvolvimento econômico e melhore a distribuição de renda dentro do País. Na promoção do desenvolvimento econômico há um conjunto de coisas que é preciso fazer. Precisamos de reformas tributárias de bens e serviços e do Imposto de Renda, criar as condições para abrir a economia brasileira ao setor externo. É importante que se dê uma correta dimensão de qual é o tamanho do Estado na economia. Eu quero gastar um tempo discutindo isso.

O sr. não pode virar o Posto Ipiranga de Moro?

Eu não tenho nenhuma pretensão de ser Posto Ipiranga de ninguém. O que eu tenho feito com o ministro Moro é expor minhas ideias e ouvir os contrapontos. Desculpa, eu não vou falar em nome dele. Ele vai falar em nome dele. Eu não tenho nenhum engajamento de dar repostas por ele. O que me anima é que ele está disposto a me ouvir. Eu vou dizer o seguinte: ele tem uma noção muito clara dos problemas econômicos e é capaz de colocar perguntas inteligentes que encaminhem a discussão para respostas que façam sentido. É uma coisa muito diferente de uma relação de economista com alguém que não entende nada e não quer entrar na discussão.

O combate à pobreza será uma questão central?

Nós estávamos começando a melhorar esse problema e fizemos o Bolsa Família, que ataca um pedaço da pobreza e condiciona a transferência de renda para que a criança vá para escola. Mas o País voltou para trás nesse campo. A pandemia provocou um efeito muito grande deixando uma quantidade de pessoas desassistidas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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