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Política & Poder

Governador do Acre é alvo de operação da PF por suposto esquema de corrupção

O STJ ainda determinou medidas cautelares relacionadas aos pedidos de prisão, entre elas o afastamento da função pública

FolhaPress

16/12/2021 11h27

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Beatriz Gomes
São Paulo, SP

O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), é alvo nesta quinta-feira (16) de uma operação da Polícia Federal para desarticular uma organização criminosa relacionada à alta cúpula do Governo do Acre suspeita de praticar corrupção e lavagem de dinheiro.

A PF confirmou ao UOL que o nome do governador está entre os alvos. A operação é realizada com o auxílio da CGU (Controladoria-Geral da União), órgão do governo federal.

De acordo com o órgão, a investigação está tramitando no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e foi constado que um “grupo criminoso, controlado por empresários e agentes políticos ligados ao Poder Executivo estadual acreano, atuavam no desvio de recursos públicos, bem como na realização de atos de ocultação da origem e destino dos valores subtraídos”.

Cerca de 150 policiais federais e 10 auditores da CGU estão cumprindo 41 mandados de busca e apreensão e 1 mandado de prisão em quatro estados. Os alvos residem nas cidades de Rio Branco (AC), Cruzeiro do Sul (AC), Manaus (AM) e Brasília (DF).

O STJ ainda determinou medidas cautelares relacionadas aos pedidos de prisão, entre elas: “o afastamento da função pública; a proibição de acesso a órgãos públicos e o impedimento de contato entre os investigados”.

A Corte também exigiu o bloqueio de cerca de R$ 7 milhões nas contas bancárias dos alvos da investigação e retensão de veículos de luxo supostamente adquiridos através da lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, a apuração conseguiu juntar diversas provas que apontam crimes contra a administração pública por parte do grupo criminoso.

“Foram identificadas dezenas de transações financeiras suspeitas em contas correntes, pagamentos de boletos de cartão de crédito por pessoas interpostas, transações com imóveis de alto valor e aquisições subfaturadas de veículos de luxo”, explicou o órgão.

“Verificou-se, ainda, a prática constante de altas movimentações de valores em espécie, inclusive com uso do aparato de segurança pública. A CGU apurou que as empresas envolvidas possuem um grande volume de contratos com o poder público.”

“O valor total empenhado para sete empresas foi de R$ 142 milhões durante o período analisado, sendo 17 milhões oriundos de convênios federais e repasses do SUS e do Fundeb. Ademais, foi possível constatar que os valores movimentados pelos envolvidos ultrapassam R$ 800 milhões, montante totalmente incompatível com o patrimônio e a atividade empresarial dos investigados.”

Procurados pelo UOL, a assessoria do governador disse que vão emitir nota. O texto será atualizado assim que a reportagem tiver o retorno.

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