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Política & Poder

Dino prevê continuar no governo até a indicação de seu substituto

Ontem, ele visitou o Supremo, onde se reuniu com o presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, e encontrou-se com o presidente

Redação Jornal de Brasília

14/12/2023 22h58

Foto: reprodução/ AFP

Brasília, 14 – Um dia depois de ter sua indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovada pelo Congresso, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou ontem que sua versão “paz e amor” durante a sabatina no Senado é verdadeira. Dino irá tomar posse na Corte somente em fevereiro do próximo ano. Ontem, ele visitou o Supremo, onde se reuniu com o presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, e encontrou-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O encontro no Palácio do Planalto também contou com a presença de Paulo Gonet, que na próxima semana tomará posse como procurador-geral da República. O Estadão apurou que, na reunião de ontem, Lula parabenizou Dino e Gonet – pois havia cumprimentado os dois só por telefone. Não tratou de nomes para o ministério.

Dino disse que não pretende renunciar agora ao mandato de senador nem ao posto de ministro do governo Lula. O titular da Justiça afirmou também que vai participar do processo de transição na pasta, previsto para durar três semanas. A expectativa é que ele continue respondendo pelo ministério até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolher seu sucessor. A posse no STF foi marcada para o dia 22 de fevereiro.

Lewandowski

Cotado para ocupar o Ministério da Justiça no lugar de Flávio Dino, o ex-presidente do Supremo Ricardo Lewandowski estará hoje em Brasília. Lewandowski disse ao Estadão, porém, que sua visita à capital federal não tem qualquer ligação com o ministério.

“Tenho compromissos na Confederação Nacional da Indústria (CNI) na qualidade de presidente do Conselho de Assuntos Jurídicos da entidade”, afirmou ele, negando ter sido chamado para conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viajará à tarde para o Espírito Santo.

Dino achou “muito bom” o resultado da votação no Senado que confirmou sua indicação para o Supremo, anteontem. Ele recebeu 47 votos favoráveis de senadores, o que representa uma taxa de aprovação de 60% – a segunda mais baixa entre os ministros que atualmente estão no STF. André Mendonça, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, teve 59% de aprovação entre os senadores presentes em dezembro.

Dino disse ainda que é importante que o Ministério da Justiça mantenha certas prioridades, como o Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Ele afirmou que não foi consultado pelo presidente Lula sobre seu sucessor, mas disse que apresentará mais de uma opção caso seja indagado.

Vingadores

Em reunião com sua equipe do Ministério da Justiça, Dino afirmou que será difícil “botar a roupa dos Vingadores no armário”.

A frase remete a uma declaração que ele próprio fez no Senado Federal, durante uma audiência na Comissão de Segurança Pública, em maio deste ano. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) o acusava de ter sido omisso durante os atos antidemocráticos do 8 de janeiro, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes em Brasília.

Na ocasião, para rebater o senador, Dino ironizou o fato de Marcos do Val repetir, à exaustão, que deu treinamentos à Swat, unidade especial da polícia dos Estados Unidos. “Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores”, ironizou.

A aposentadoria do uniforme de super-herói pode ser provisória. “Botar a roupa dos Vingadores no armário é difícil. Mas ela está lá. Qualquer hora dessas, quem sabe…”, disse. O vídeo com o discurso foi divulgado pelo portal G1.

Na sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, na quarta-feira, o ministro evitou confrontos e se conteve nas respostas ao ponto de opositores comentarem que ali estava um “outro Dino”.

Estadão Conteúdo

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