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Política & Poder

Denunciado em caso da rachadinha é eleito conselheiro do Tribunal de Contas no RJ

O governador trabalha com Pacheco desde 2005, quando o deputado foi eleito para o primeiro mandato como vereador

FolhaPress

22/06/2022 18h34

Foto: Reprodução

Italo Nogueira
Rio de Janeiro, RJ

Denunciado no caso das “rachadinhas”, o deputado estadual Márcio Pacheco (PSC) foi eleito nesta quarta-feira (22) conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro.

A escolha de Pacheco contou com articulação do governador Cláudio Castro (PL), de quem foi chefe por 12 anos. Ele foi eleito pela Assembleia Legislativa com 47 dos 71 votos possíveis.

O deputado é o primeiro político a ocupar uma cadeira no TCE-RJ após o afastamento de cinco conselheiros do tribunal sob acusação de corrupção, em 2017. A corte, atualmente, funciona com a atuação de auditores como conselheiros substitutos.

Pacheco foi o primeiro a ser denunciado pelo Ministério Público estadual no caso das “rachadinhas”. Ele nega as acusações. O Tribunal de Justiça ainda não analisou se recebe ou não a denúncia.

A apuração foi originada no mesmo relatório do Coaf (órgão federal) que identificou as movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

De acordo com a Promotoria, o deputado do PSC desviou R$ 1 milhão dos cofres públicos entre 2016 e 2019. O esquema consistia, segundo o MP-RJ, no recolhimento de parte do salário de alguns funcionários do gabinete para pagamento de despesas pessoais do deputado.

O operador financeiro, de acordo com a Promotoria, era André Santolia. Ele ocupou a chefia de gabinete de Pacheco a partir de julho de 2016, no lugar de Cláudio Castro.

O governador trabalha com Pacheco desde 2005, quando o deputado foi eleito para o primeiro mandato como vereador. Parentes de Castro também ocuparam cargos no gabinete. Os dois estiveram juntos até 2016, quando Castro foi eleito vereador.

O governador e seus parentes não foram alvos de investigação, nem citados no relatório do Coaf.
A escolha de Pacheco pode causar reflexos na articulação pela reeleição de Castro. O governador atuou para que Pacheco superasse o deputado Rosenverg Reis (MDB), irmão do ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB), cotado para a vice na chapa.

Sob articulação do governador, outros candidatos retiraram seus nomes da disputa em favor de Pacheco.

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