O ex-chefe de Importação do Departamento de Logística em Saúde, do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Fernandes Miranda, em depoimento a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), apresentou material em que explica cronologia da contratação do imunizante indiano Covaxin e a pressão sofrida.
-16/03/2021: Em março, a Precisa Medicamentos solicita o início do processo de importação;
-18/03/2021: Setor de importação recebe os primeiros documentos, como a primeira nota sobre informações da farmacêutica Bharat Biotech, produtora da vacina. Os documentos também mostravam que os termos de pagamento as empresas eram 100% antecipados e, erroneamente, apenas 300 mil doses;
Nos documentos, era solicitado que o dinheiro fosse repassado para outra empresa, a Madison Biotech. Tanto a Precisa quanto a Madison são do mesmo sócio Francisco Emerson Maximiano, porém a segunda é internacional.
-19/03/2021: O coordenador de logística da Saúde, Coronel Marcelo Bento Pires, encaminha por mensagem para Luís Ricardo dois contatos, o representante e sócio da Principia Medicamentos, Francisco Emerson Maximiano, e um coordenador da Bharat Biotech, pedindo para que ele entrasse em contato para agilizar importação de vacinas.
-22/03/2021: A empresa explica o erro no número de doses, mas não o altera. O documento não é da Precisa ou da Bharat Biotech, mas da Madison.
-23/03/2021: A empresa apresenta correção do número de doses, conforme o contrato. Não foi Luís quem assinou a licença, mas uma mulher chamada de Ana Regina, apesar de o servidor ser o responsável por autorizar esse tipo de procedimento. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que a comissão precisa convocar a servidora para depor.
-24/03/2021: Solicitação de pedido de excepcionalidade de importação à Anvisa, que foi negado no dia 30 por falta de certificado de boas práticas.
Além desses, Luís Ricardo mostrou diversas mensagens e contatos feitos entre as entregas de documentos em que era pressionado para agilizar os processos de importação da vacina, entre elas do empresário Francisco Maximiano.