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Política & Poder

“Você está dizendo que eles estão mentindo?”; CPI tem bate-boca

Aziz pareceu não gostar da colocação e perguntou se Rogério estava dizendo que o depoente estava mentindo

Geovanna Bispo

25/06/2021 16h25

CPI da Covid

Foto Edilson Rodrigues/Agência Senado

Durante depoimento do ex-chefe de Importação do Departamento de Logística em Saúde, do Ministério da Saúde, Luís Ricardo Fernandes Miranda, os senadores Fernando Bezerra (MDB), Marcos Rogério (DEM), além do relator da mesa, Renan Calheiros (MDB), o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (DEM), e o presidente, Omar Aziz (PSD), bateram boca.

A confusão começou quando Bezerra questionou a cronologia apresentada por Luís Ricardo sobre a compra de vacinas indianas Covaxin e outros responderam, pedindo para que o servidor pudesse continuar sem interrupções.

Foi quando, ao tentar apaziguar os ânimos, o senador Marcos Rogério falou que “a verdade apareceria”. Aziz pareceu não gostar da colocação e perguntou se Rogério estava dizendo que o depoente estava mentindo. “Você está dizendo que eles estão mentindo?”, questionou o presidente da mesa.

O irmão de Luís Ricardo, o deputado Luís Miranda, que também depõe, se irritou e falou que, caso os senadores continuassem daquela forma, os dois iriam embora. “Não temos porque mentir. Os documentos estão aqui!”

Denúncia

Na última terça-feira (22), o deputado revelou que durante negociações para compra da vacina Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech, houveram “pressões anormais” a seu irmão. Segundo Miranda, o governo de Jair Bolsonaro comprou o imunizante com uma valor cerca de 1.000% maior do que o anunciado pela própria fabricante.

Tudo ocorreu no final de fevereiro, período em que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não havia autorizado a importação do imunizante, que apenas aconteceu no início deste mês.

Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), Luís Ricardo disse que o governo o pressionou para a compra da vacina e para favorecer a Precisa Medicamentos, empresa que intermediava o processo. Vale lembra que a empresa já está na mira da CPI, que já quebrou os sigilos de um de seus sócios, Francisco Emerson Maximiano.

Esperava-se que Maximiano falasse a Comissão na última quarta-feira (23), porém, um dia antes, a defesa do empresário alegou que ele não poderia prestar depoimento porque está em quarentena após voltar de uma viagem à Índia.

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