Menu
Política & Poder

Bolsonaro pediu para PSL contratar Waldir Ferraz por R$ 20 mil, diz Marinho

“Bebianno negou mais essa rachadinha. Meu consolo: em janeiro de 23 Jacaré retorna para o anonimato e a família presidencial vai para cadeia”

FolhaPress

24/01/2022 11h37

Foto: Reprodução

O empresário Paulo Marinho (PSDB-RJ) disse nesta segunda-feira (24), em publicação no Twitter, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que Gustavo Bebianno – então presidente do PSL, morto em 2020 – contratasse pela sigla o ex-assessor Waldir Ferraz, o “Jacaré”, por R$ 20 mil ao mês. Bolsonaro foi eleito presidente da República em 2018 pelo PSL.

“A verdade: o vagabundo do presidente pediu para que Gustavo contratasse Jacaré na folha do PSL recebendo R$ 20k. Bebianno negou mais essa rachadinha”, postou Marinho, ex-aliado da família Bolsonaro e suplente de Flávio Bolsonaro no Senado.

“Bebianno negou mais essa rachadinha. Meu consolo: em janeiro de 23 Jacaré retorna para o anonimato e a família presidencial vai para cadeia”, escreveu Paulo Marinho.

O nome de Jacaré, amigo de Bolsonaro, veio à tona na última quinta-feira (20), quando a revista Veja publicou uma entrevista em que ele diz que Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente, foi responsável por comandar o suposto esquema de rachadinhas nos gabinetes do então deputado federal Jair Bolsonaro e dos seus filhos Flávio e Carlos. Poucas horas após a publicação, Waldir negou as declarações – a revista publicou áudios com trechos da entrevista na última sexta (21).

A afirmação de Marinho hoje foi para rebater trecho da entrevista de Jacaré a Veja, em que ele diz que convenceu o presidente sobre Bebianno estar envolvido no atentado de 2018, quando Bolsonaro levou uma facada durante a campanha para as eleições.

Segundo Jacaré, Bebianno queria, com a morte do então candidato, substituir Bolsonaro na disputa presidencial. O ex-assessor, então, teria contado os detalhes do suposto plano ao presidente e ao seu filho Carlos Bolsonaro, vereador pelo Rio de Janeiro.

Ex-aliado

Marinho foi um dos principais aliados Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018. Em maio de 2020, ele afirmou, em reportagem da Folha de S.Paulo, que Flávio revelou a ele, em 2018, ter recebido informações privilegiadas da Polícia Federal (PF) sobre Fabrício Queiroz, um dos mais importantes assessores do então deputado estadual no Rio.

O empresário chegou a se lançar como pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro nas eleições de 2020, mas desistiu da disputa para seguir orientação do PSDB de apoiar o então candidato Eduardo Paes, à época no DEM. Ele saiu do pleito vencedor e trocou os Democratas pelo PSD em maio de 2021.

Em junho do ano passado, Marinho se afastou da presidência do partido no Rio e se mudou para São Paulo com o objetivo de apoiar o governador João Doria nas prévias tucanas, que o escolheria como representante da sigla na disputa pela Presidência.

Quem é Waldir Ferraz

O jornalista Waldir Ferraz, 70, amigo de Jair Bolsonaro há mais de três décadas, é uma espécie de “faz-tudo” da família presidencial. Nesta semana se tornou assunto após declarações relacionadas à suposta prática de “rachadinha” em gabinetes do clã Bolsonaro.

Amigo do presidente desde o fim dos anos 1980, Waldir (ou Jacaré) já atuou como segurança, assessor e motorista dos Bolsonaro. Atualmente é assessor especial do governo do Rio, com salário bruto de R$ 12 mil.

Em 2020, foi candidato a vereador no Rio de Janeiro, sem sucesso, apesar do cabo eleitoral ilustre. No ano anterior, recebeu a honraria de Comendador (terceira de cinco níveis) na Ordem de Rio Branco, no Itamaraty.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado