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Política & Poder

Bolsonaro imitou pessoas com falta de ar, ao contrário do que disse no JN

“Queria que botasse no ar eu imitando falta de ar”, disse o presidente; vídeos voltaram a circular nas redes após declaração

FolhaPress

23/08/2022 5h52

O presidente Jair Bolsonaro (PL) imita pessoa com falta de ar durante live em março de 2021 – Foto: Reprodução

Andrei Ribeiro
Florianópolis, SC

O presidente Jair Bolsonaro (PL) negou durante sua entrevista ao Jornal Nacional nesta segunda-feira (22) ter imitado pessoas com falta de ar em declarações durante a pandemia.

Questionado pela jornalista Renata Vasconcellos se teria se arrependido de realizar os gestos durante o durante o auge da crise sanitária no país, o presidente retrucou: “Eu queria que botasse no ar eu imitando falta de ar”.

Logo após o fim da entrevista, internautas resgataram vídeos nas redes sociais que mostram o presidente fazendo as imitações. A primeira foi feita durante uma live em março de 2021, quando o presidente defendia um suposto tratamento precoce contra a Covid e criticava as medidas sanitárias adotadas pelo então ministro da Saúde Henrique Mandetta.

“Tu segue aí a receita do ministro [Henrique] Mandetta. Tu vai pra casa, quando você estiver lá [imita pessoa com insuficiência respiratória], aí tu vai para o hospital. O cara que está sentindo falta de ar vai para o hospital para fazer o quê?”, questiona o presidente.

Em 6 de maio de 2021, o presidente repetiu os gestos durante uma live em que fazia novas críticas a Mandetta.

“Mandetta é aquele cara que condena a cloroquina e fala aquela coisa para você. Fica em casa e quando estiver sentido falta de ar… [imita pessoa com insuficiência respiratória] você vai para o hospital para fazer o que, para tomar o quê? Se não tem remédio com comprovação científica? Para ser entubado”, disse.

O próprio presidente compartilhou em seu perfil no Twitter um vídeo com o trecho da sua entrevista no telejornal e com o momento em que faz a primeira declaração sobre os pacientes com Covid. Bolsonaro se defendeu dizendo que, na ocasião, tentava “denunciar o protocolo Mandetta” e defender os pacientes infectados.

“Na ocasião em que Renata [Vasconcellos] diz que sumilei falta de ar por deboche, eu estava DENUNCIANDO o “Protocolo Mandetta”, que só recomendava ir ao hospital após sentir falta de ar. Foi justamente o contrário: EU DEFENDI ESSAS PESSOAS. Quem mandou ficar em casa é que desprezou suas vidas!”, diz o post do presidente.

“Sempre defendi que os médicos tivessem autonomia para tratar seus pacientes, bem como que as pessoas procurassem um profissional de forma precoce, assim como é recomendado ao sentir qualquer sintoma de qualquer doença, quando as chances de recuperação são maiores”, conclui.

A falta de ar é um sintoma comum em pacientes com quadros graves de infecção pelo coronavírus podendo levar a complicações e à morte. Nesta segunda (22), a Covid-19 matou 159 pessoas, somando 682.746 vidas perdidas ao todo no país desde o início da pandemia.

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