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Opinião

Educação para a sustentabilidade: transformar a escola, mudar o mundo

Todos nós deveríamos resgatar essa dívida histórica buscando uma troca respeitosa e construtiva de saberes

Redação Jornal de Brasília

07/08/2023 14h55

Atualizada 08/08/2023 9h18

Luciano Monteiro e Raphael Callou*

Há um consenso científico de que as três décadas entre 2020 e 2050 serão decisivas para o futuro humano. Vivemos anos cruciais, em que as mudanças climáticas e o esgotamento dos recursos de um planeta que terá 10 bilhões de pessoas em meados do século exigem uma transformação dos processos produtivos, dos modos de vida e um novo nível de consciência ambiental. Para vencer esses desafios, a participação das escolas, dos professores, dos alunos, dos pais, enfim, da Educação, é fundamental.

O papel da Educação não se limita ao que é ensinado no currículo escolar. A verdadeira aprendizagem envolve o exemplo, a reinvenção das práticas cotidianas. Ao educar para a sustentabilidade, as escolas também precisam ser sustentáveis e entender que o tema ambiental é inseparável do social.

Como mostram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agir pela sustentabilidade é também enfrentar as desigualdades, reduzir a pobreza, trabalhar pela inclusão e pela diversidade, promover a participação de todos.

Trata-se de um efeito em cascata, que vai além da sala de aula, atinge a comunidade e se dissemina pelas famílias, gerando uma cadeia de mudanças de comportamento. Pela mesma razão, a educação para a sustentabilidade pressupõe a formação de grandes redes coletivas de troca de ideias e práticas.

Por tudo isso, é mais do que oportuno e bem-vindo o Prêmio Escolas Sustentáveis, iniciativa da Santillana, da Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) e da Fundação Santillana. O objetivo é justamente reconhecer e premiar as instituições educacionais do Brasil, do México e da Colômbia que se destacam no desenvolvimento de práticas sustentáveis em suas rotinas, promovendo o amadurecimento da consciência socioambiental de crianças e jovens e das respectivas comunidades escolares.

Neste prêmio, serão avaliados diversos aspectos da sustentabilidade, como a gestão ambiental, ações sociais e boas práticas de governança. Além disso, as instituições terão a possibilidade de compartilhar suas experiências e conhecimentos com outras escolas, em um processo de aprendizagem em rede.

Os impasses ambientais da humanidade devem ser enfrentados por toda a sociedade – pois são muito maiores do que a instituição escolar. Mas, é certo que o caminho passa pela educação das novas gerações. Precisamos preparar pessoas para lidar com a complexidade crescente dos desafios que ameaçam a vida no planeta Terra, nossa casa comum. Por isso, mais uma vez, transformar a escola é transformar o mundo.

*Luciano Monteiro é Diretor global de Comunicação e Sustentabilidade da Santillana. Graduado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo e conta com pós-graduação em Marketing pela Fundação Armando Alvares Penteado. Iniciou sua carreira na rádio Jovem Pan e também atuou na Folha online como Diretor de Produtos. O executivo está na Santillana desde 2006, ingressou como Gerente de Comunicação Institucional e, no momento, atua como Diretor Global de Sustentabilidade e Comunicação e Diretor Executivo da Fundação Santillana. Luciano conta com forte atuação no segmento de educação, com foco na construção de relacionamentos com diversos agentes da sociedade, fortalecimento da reputação das instituições onde atua, gestão de crises e comunicação corporativa. Ao longo dos anos, ele ampliou seu trabalho no terceiro setor, com ênfase na difusão do conhecimento educativo, boas práticas na educação e fortalecimento de políticas públicas.

*Raphael Callou é diretor e chefe da Representação daOrganização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Culturano Brasil (OEI), organismo internacional que congrega 23 países atuando há mais70 anos na região. É formado em Ciência Política pela Universidade Federal dePernambuco. Foi bolsista do Canadian Bureau for International Education (2012),parte do Emerging Leaders in the Americas Program, e do U.S. Bureau ofEducational and Cultural Affairs (2010).

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