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Ministro do Japão renuncia em meio a críticas por vínculos com seita Moon

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, ordenou a abertura de uma investigação do governo sobre a “Igreja da Unificação”

Redação Jornal de Brasília

24/10/2022 10h30

Foto: AFP

Um ministro do governo japonês anunciou sua renúncia nesta segunda-feira (24), após ter sido criticado por seus vínculos com a seita Moon, no olho do furacão desde o assassinato do ex-chefe de governo Shinzo Abe, em julho deste ano.

Daishiro Yamagiwa, ministro encarregado da Revitalização Econômica, declarou à imprensa que não quer que as acusações sobre seus vínculos com o citado grupo “afetem o debate parlamentar”. Em sua fala, ele não mencionou o grupo diretamente.

Na semana passada, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, ordenou a abertura de uma investigação do governo sobre a “Igreja da Unificação”, como o grupo também é conhecido. O procedimento pode levar à dissolução dessa organização. 

Nas últimas semanas, a imprensa local mencionou o nome de Yamagiwa em relação com o grupo religioso, especialmente porque o ministro aparece em uma foto tirada em 2019 na companhia de Hak Ja Han, viúva do fundador da Igreja da Unificação, Sun Myung Moon, e de outras pessoas.

Duramente criticado no Parlamento, o ministro declarou nesta segunda-feira (24) que suas memórias da foto eram “confusas”, mas reconheceu que é ele na imagem. E já havia admitido que participou, em 2018, de um evento organizado pela seita. 

“Lamento profundamente que minha participação em várias reuniões da organização tenha dado crédito à referida organização”, disse, assegurando que continuará ocupando sua cadeira na Câmara.

Kishida declarou que aceitou a renúncia do ministro e que, na terça-feira (25), anunciará quem será seu sucessor.

A seita Moon veio à tona no Japão porque o suposto assassino de Abe odiava esse grupo, já que sua mãe teria lhe dado grandes doações que teriam arruinado sua família. O suspeito acreditava que o ex-primeiro-ministro era alguém próximo à seita. 

O grupo negou qualquer ato condenável, mas muitos de seus ex-membros criticaram as práticas da organização, acusando-a de impor metas de doação a seus seguidores.

© Agence France-Presse

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