Menu
Mundo

Mauricio Macri anuncia que não será candidato a presidente na Argentina

A decisão, afirmou em um vídeo, foi tomada após uma reflexão que vem fazendo havia várias semanas

FolhaPress

26/03/2023 15h26

O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri anunciou em suas redes sociais neste domingo (26) que não será candidato às eleições deste ano. A decisão, afirmou em um vídeo, foi tomada após uma reflexão que vem fazendo havia várias semanas.

Havia a expectativa de que Macri, um dos principais líderes da oposição, que governou o país entre 2015 e 2019, concorresse no pleito de outubro. “Quero ratificar a decisão de que não serei candidato nas próximas eleições. Há um grande número de novos líderes. Espero que não nos deixem ser pisoteados pelo populismo”, disse ele.

No vídeo, ele também critica o atual presidente, Alberto Fernández, afirmando que o país está “à deriva, sem liderança” e isolado do resto do mundo. “Nunca mais teremos um fantoche como presidente.”
Macri, 64, é um bilionário chefe de uma poderosa holding familiar e ex-presidente do popular clube de futebol Boca Juniors. Ao fracassar em sua tentativa de reeleição em 2019 contra Fernández -que lidera uma aliança de peronistas de centro-esquerda e centro-direita-, deixou pendente a maior dívida contraída pela Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI), de cerca de US$ 44,5 bilhões.

A queda na candidatura de Macri se soma à já anunciada pela vice-presidente Cristina Kirchner, 70. Ela comunicou em dezembro que não será “candidata a nada” depois que um tribunal a condenou a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para cargos públicos por fraudes.

Os nomes que tentarão chegar à Casa Rosada ainda são incertos. Até aqui, do lado do governismo, Alberto Fernández pode tentar a reeleição, e também se mostram relevantes os nomes do embaixador argentino no Brasil, Daniel Scioli -que, aliás, disputou contra Macri em 2015 e perdeu-, e de Sergio Massa, ministro da Economia.

Pela oposição, por sua vez, destacam-se o atual chefe de governo da cidade de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, e a ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich. Há ainda o economista Javier Milei, líder dos Libertários, um outsider de direita que ganha força enquanto as correntes políticas tradicionais perdem apoio.

Larreta elogiou a decisão do ex-presidente. “Mais uma vez e como tem feito ao longo de sua vida, Mauricio Macri toma uma decisão que deixa clara sua enorme visão, sua generosidade, coragem e amor ao povo argentino”, afirmou.

Bullrich também apoiou. “A decisão histórica de Mauricio Macri confirma sua grandeza e generosidade. Mesmo podendo voltar a ser presidente, priorizou os interesses do nosso país antes dos seus, como poucos líderes fizeram na história argentina”, disse em seu Twitter.

A Argentina enfrenta uma dura situação econômica, com inflação anual acima de 100%, a mais alta da região depois da Venezuela.

Nos mercados, lojas e residências, o impacto da espiral de preços está sendo sentido de forma intensa, conforme uma das taxas de inflação mais altas do mundo pesa nas carteiras das pessoas. Os produtos que mais têm tido aumentos são alimentos, vestuário e serviços.

O governo tem tentado em vão domar o aumento dos preços, que prejudica o poder aquisitivo das pessoas, a poupança, o crescimento econômico do país e as chances do partido governista de se manter no poder nas eleições de outubro.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado