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Lula exalta prefeito petista por app de carona, mas iniciativa partiu de motoristas

A fala do ex-presidente repercutiu no setor privado, que monitora o crescimento dessa concorrência no mercado concentrado pelas grandes companhias

FolhaPress

18/02/2022 15h58

Foto: Ricardo Stuckert

Joana Cunha
São Paula, SP

O recente surgimento de novos aplicativos de carona independentes para tentar driblar o poder dos gigantes do setor e elevar a remuneração dos motoristas entrou no radar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que na semana passada deu sinais de interesse pelo assunto nas redes sociais.

O presidenciável fez uma publicação atribuindo ao prefeito de Araraquara (SP), o também petista Edinho Silva, os créditos pela criação de um aplicativo de caronas que garante um repasse maior aos motoristas do município.

“Em Araraquara, o prefeito Edinho Silva fez um aplicativo para que os motoristas trabalhem em cooperativas, ganhando 90% em cada corrida e não dar 25%, 50% para a plataforma”, escreveu Lula na internet.

A fala do ex-presidente repercutiu no setor privado, que monitora o crescimento dessa concorrência no mercado concentrado pelas grandes companhias. Mas os executivos ironizaram a imprecisão de Lula, porque a iniciativa não partiu exatamente da prefeitura.

A plataforma, chamada Bibi Mob, já existia e foi adquirida pela cooperativa local de motoristas, a Coomappa, segundo a presidente do grupo, Kátia Anello.

“O dinheiro para a aquisição do aplicativo saiu da cooperativa. Nós rateamos, fizemos vaquinhas, juntamos mensalidades. O prefeito Edinho tem sido bastante parceiro, ajudado de outras formas, mas a aquisição foi feita pela cooperativa”, diz.

Anello afirma que a prefeitura forneceu a internet e os equipamentos com a tecnologia necessária para manter o aplicativo, lançado em janeiro, além de auxiliar na divulgação da iniciativa.

Os motoristas ficam com 95% do valor da corrida.

A aquisição de um aplicativo sem fins lucrativos era um dos objetivos iniciais da cooperativa, formada em março do ano passado. Segundo Anello, o grupo tentou buscar parcerias também com o município para tocar o projeto, mas o processo demoraria por questões burocráticas.

Procurada pela reportagem, a prefeitura não respondeu.

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