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Campanha de Biden aposta em aparições minimalistas para conquistar eleitores

Biden está se apoiando em sua força como “político de varejo”, aperfeiçoada ao longo de mais de 50 anos em cargos eletivos

Redação Jornal de Brasília

06/02/2024 13h34

Foto: SAUL LOEB / AFP

A 10 meses das eleições dos EUA, o presidente norte-americano, Joe Biden, está apostado em eventos minimalistas – visitas a uma loja de chá de olhas, à cozinha de uma família e a uma barbearia, por exemplo – em vez de grandes comícios.

Biden está se apoiando em sua força como “político de varejo”, aperfeiçoada ao longo de mais de 50 anos em cargos eletivos. Mas a estratégia também reflete o que a sua equipe vê como um cenário midiático diferente, no qual os vídeos do TikTok e os stories do Instagram podem chegar aos eleitores de forma mais eficaz do que os anúncios e discursos televisivos.

No mês passado, em Raleigh, Carolina do Norte, o presidente comprou hambúrgueres e batatas fritas e levou comida para o que sua campanha descreveu como uma “conversa à mesa da cozinha” na casa de Eric Fitts, que trabalha no sistema escolar local e se beneficiou do programas de perdão de dívidas estudantis da administração Biden.

A campanha de Biden gravou a visita, que foi fechada a jornalistas, e posteriormente divulgou trechos selecionados online. Mas o destaque para a equipe do presidente não foi planejado. Um dos filhos de Fitts, Christian, compartilhou um vídeo de 57 segundos no TikTok, oferecendo uma visão dos bastidores da visita de Biden, incluindo o presidente admirando as fotos na geladeira da família e sua limusine saindo da garagem.

A postagem atraiu rapidamente milhões de visualizações, e a campanha de Biden ficou feliz em direcionar os repórteres para ela, embora a campanha em si não use o TikTok devido a questões de segurança nacional.

“Você tem que ir aos lugares onde as pessoas estão”, disse o vice-gerente de campanha de Biden, Rob Flaherty. Ele acrescentou que, em uma época em que as pessoas consomem meios de comunicação em diferentes plataformas que atendem aos gostos individuais, é mais difícil do que nunca para as campanhas alcançarem os eleitores de que necessitam.

Para Biden, esses eleitores são muitas vezes os menos envolvidos no processo político – mais jovens, mais diversificados racialmente do que o país em geral e pouco entusiasmados com uma provável revanche entre Biden e o ex-presidente Donald Trump. “Temos que ampliar a perspectiva sobre para que serve o tempo do presidente, com quem ele está falando e por quê”, disse Flaherty

Biden iniciou o ano de eleições presidenciais com dois grandes discursos perto de Valley Forge, na Pensilvânia, e em Charleston, na Carolina do Sul, com o objetivo de definir a escolha dos eleitores em novembro. A sua campanha diz que ele continuará a realizar eventos específicos, mas eles veem tanto – se não mais – valor em interações menores.

O estilo de falar pouco elétrico de Biden e os discursos às vezes incoerentes em eventos maiores se tornaram alimento para Trump e os críticos do Partido Republicano alimentarem a noção de que o presidente de 81 anos não terá mais quatro anos na Casa Branca. Trump, por outro lado, raramente realiza eventos “de varejo”, preferindo seus comícios característicos com grandes multidões de apoiadores – muitos dos quais esperam horas para entrar – ou aparições em eventos esportivos.

Estadão Conteúdo

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